sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Lista de Especies da Flora do Brasil - 2010

http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/

Medicamentos Fitoterápicos - Informações Gerais

Qual a diferença entre planta medicinal e fitoterápico?
As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colher e como prepará-la.
Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por microorganismos, agrotóxicos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso.
Os fitoterápicos industrializados devem ser registrados no Anvisa/Ministério da Saúde antes de serem comercializados.
O que não é considerado fitoterápico?
Chá. No Brasil, os chás são enquadrados como alimentos.
Homeopatia. Os medicamentos homeopáticos são produzidos de forma diferente dos fitoterápicos, através de dinamização. Neste tipo de terapia, são também utilizados, além de princípios ativos de origem vegetal, outros de origem animal, mineral e sintética.
Partes de plantas medicinais. As plantas medicinais são consideradas matérias primas a partir do qual é produzido o fitoterápico. As plantas medicinais podem ser comercializadas no Brasil em farmácias e ervanarias, desde que não apresentem indicações terapêuticas definidas, seja feito um acondicionamento adequado e declarada sua classificação botânica.
As farmácias de manipulação podem produzir fitoterápicos?
Sim. As farmácias de manipulação têm permissão para manipular medicamentos e entre eles, os fitoterápicos, lembrando que os produtos dessas farmácias não são registrados na Anvisa. Um fitoterápico pode ser manipulado se for prescrito em uma receita ou se sua fórmula constar na Farmacopéia Brasileira, no Formulário Nacional ou em obras equivalentes.
Os fitoterápicos podem fazer mal à saúde?
Como qualquer medicamento, o mau uso de fitoterápicos pode ocasionar problemas à saúde, como por exemplo: alterações na pressão arterial, problemas no sistema nervoso central, fígado e rins, que podem levar a internações hospitalares e até mesmo a morte, dependendo da forma de uso.
Quais as precauções que devem ser tomadas em relação aos fitoterápicos?
Os cuidados são os mesmos destinados aos outros medicamentos:
* Buscar informações com os profissionais de saúde;
* Informar ao seu médico qualquer reação desagradável que aconteça enquanto estiver usando plantas medicinais ou fitoterápicos;
*-Observar cuidados especiais com gestantes, mulheres amamentando, crianças e idosos;
* Informar ao seu médico se está utilizando plantas medicinais ou fitoterápicos, principalmente antes de cirurgias;
* Adquirir fitoterápicos apenas em farmácias e drogarias autorizadas pela Vigilância Sanitária;
* Seguir as orientações da bula e rotulagem;
* Observar a data de validade – Nunca tomar medicamentos vencidos;
* Seguir corretamente os cuidados de armazenamento;
* Desconfiar de produtos que prometem curas milagrosas.
Há problemas em usar outros medicamentos junto com fitoterápicos?
Os fitoterápicos são medicamentos alopáticos, possuindo compostos químicos que podem interagir com outros medicamentos. As plantas medicinais também possuem compostos químicos ativos que podem promover este tipo de interação.
Deve-se ter cuidado ao associar medicamentos, ou medicamentos com plantas medicinais, o que pode promover a diminuição dos efeitos ou provocar reações indesejadas
Um exemplo é o uso de Hipérico (Hypericum perforatum) junto a anticoncepcionais podendo levar à gravidez, outro é o uso de Ginco (Ginkgo biloba) junto a anticoagulantes, como warfarina ou ácido acetilsalisílico, podendo promover hemorragias.
Deve-se sempre observar as informações contidas nas bulas disponibilizadas nos medicamentos e questionar o seu médico ou profissional de saúde sobre possíveis interações.
Como saber se um fitoterápico é registrado na Anvisa/ Ministério da Saúde?
Verifique na embalagem o número de inscrição do medicamento no Ministério da Saúde. Deve haver a sigla MS, seguida de um número contendo de 9 a 13 dígitos, iniciado sempre por 1
Um produto na apresentação de óleo pode ser registrado como medicamento fitoterápico?
A RDC 48/04 informa em seu item 'abrangência' que os medicamentos cujos princípios ativos sejam exclusivamente derivados de drogas vegetais serão objetos de registro como fitoterápicos. No item 'definições' descreve os derivados de droga vegetal como 'produtos de extração da matéria-prima vegetal: extrato, tintura, ÓLEO, exsudato'...
Portanto, quando o óleo de copaíba, óleo de rícino, óleo de alho, etc. apresentam alegações terapêuticas, são registrados como medicamentos fitoterápicos, desde que comprovem sua qualidade, segurança de uso e indicações terapêuticas.
Medicamentos Fitoterápicos - Informações Gerais

http://http://www.anvisa.gov.br/

Medicamentos Fitoterápicos - Isoflavonas

As isoflavonas são substâncias, presentes principalmente na soja e em seus derivados, denominadas de fitoestrógenos por apresentarem semelhança estrutural com os hormônios estrogênicos, encontrados em maior concentração nas mulheres
As isoflavonas podem ocorrer em diversas formas moleculares: Malonil derivados e Beta-Glicosídeos, que ocorrem naturalmente nos grãos da soja e na farinha de soja, e os Acetil derivados e as Agliconas, que são formados durante o processamento industrial da soja ou no metabolismo da soja no organismo. O isolado protéico de soja possui maiores teores das formas agliconas.
Os conteúdos ou os teores de isoflavonas presentes nos produtos comerciais variam?
Sim, existe variabilidade nos níveis das isoflavonas, tendo em vista que a quantidade das isoflavonas nos vegetais varia em função do local de plantio, clima, disponibilidade de água e variedade da espécie vegetal. A forma de obtenção e processamento industrial do produto também influenciam nos teores finais de isoflavonas.
Relatos de pesquisas têm indicado que grande parte dos produtos derivados da soja desenvolvidos pelas indústrias apresenta isoflavonas em formas e quantidades variáveis, indicando a falta de controle efetivo da matéria-prima o que dificulta a padronização de concentração de isoflavona contida nestes produtos.
As isoflavonas têm a mesma biodisponibilidade (capacidade de absorção e utilização pelo organismo)?
Não. A sua absorção varia com a dieta, sensibilidade individual, perfil genético e fase da vida. A estrutura das isoflavonas, o processamento industrial e a composição do produto também influenciam em sua absorção no organismo.
Quais as fontes de isoflavona? Em que parte do vegetal pode ser encontrada?
As isoflavonas são encontradas no grão de soja, brotos de alfafa, sementes de linhaça, trevo vermelho, entre outros vegetais. Na soja, as isoflavonas estão distribuídas em todo o grão, tendo maior concentração no gérmen do grão da soja.
Quais são os efeitos das isoflavonas no nosso organismo?
As evidências científicas existentes, até o momento, sobre os efeitos das isoflavonas permitem reconhecer como viável apenas o seu uso para o alívio das ondas de calor associadas à menopausa ("fogachos") e como auxiliar na redução dos níveis de colesterol, desde que prescrito por profissional habilitado, tendo em vista que a quantidade e o período de utilização está diretamente relacionado com a condição de saúde do indivíduo e as restrições aos grupos populacionais específicos. Demais alegações das isoflavonas, relacionadas a câncer, osteoporose, reposição hormonal, redução do risco de doenças cardiovasculares, não têm comprovação científica suficiente para justificar o seu uso
Quanto à substituição de tratamentos convencionais por isoflavonas ou mesmo sua introdução complementar em esquemas terapêuticos, só deve ser feita após avaliação do médico responsável pelo tratamento.
Maiores informações pelo e-mail fitoterapicos@anvisa.gov.br
http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/busca/!=/

Hospital de Medicina Alternativa de Góias

http://www.hma.goias.gov.br/index.php?idMateria=26680

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

As Transformações Silenciosas, de François Jullien

Leia o texto de Kathrin Rosenfield sobre a obra de François Jullien.

É um fato curioso que os processos mais importantes para a nossa felicidade – por exemplo, o inevitável esfriar das relações amorosas com pessoas e coisas, o desgastar-se de acontecimentos, palavras e ideias cruciais e, sobretudo, a singela experiência do envelhecer – são as que menos pensamos e as que não recebem destaque no pensamento filosófico do ocidente. O que distingue nosso modo de ver e pensar o mundo do pensamento oriental – eis o tema da palestra “As transformações silenciosas” de François Jullien, no dia 30 de Setembro, no Salão de Atos II da UFRGS.

Vivemos numa cultura cujas formas de expressão tendem a ocultar e negar as transformações sorrateiras, que ocorrem à revelia do controle vigilante da consciência e do cálculo racional. Somos pouco dispostos a notar as quase insensíveis alterações que ameaçam o artifício tipicamente ocidental: a construção de ideias da permanência estável (o Ser), de fatos e individualidades isolados. O ‘eu’ que se concebe como autônomo, repudia os processos que fogem ao seu controle e tende a perder de vista as constelações que contrariam sua vontade e intenção.
O ocidente privilegia a ação e os eventos pontuais, alinhados nos grandes relatos que realçam as continuidades e as rupturas que desenham a linha do tempo histórico. A China, ao contrário, está atenta aos conjuntos mais amplos: são decisivos menos as ações isoladas e os acontecimentos destacados, do que incontáveis elementos que compõem um processo, e os fatores mínimos que já anunciam sua transformação. Vigilante aos detalhes interligados, cujos liames estão em permanente mudança, o pensador oriental observa as correntes e tendências que constituem seu movimento vivo e pulsante; não isola a essência, o Ser e a Verdade, nem separa o ser (divino) da aparência (terrena). Vê o mundo e o cosmos como um único processo, fluxo contínuo em constante transição. Nós ocidentais perguntamos o que é ou está; para os orientais importa antes a leitura dos sinais que anunciam novas possibilidades e as tendências ínfimas que regem as constelações nas quais nos movemos. Técnicas milenares como o I Ching aguçaram o olhar para que capte essas tendências e quem as pratica treina sua percepção (e sua paciência) para estar disposto a inserir-se em possíveis transformações.
Esse olhar é muito diferente do voluntarismo individualista europeu, que acredita na força “proativa” dos indivíduos e no seu poder de determinar e controlar a trajetória dos processos. O pensamento oriental não dá esse destaque ao indivíduo que é antes parte ínfima de processos que o ultrapassam. A ação apenas pode tirar vantagem dos movimentos já em curso, inserindo-se favoravelmente neles. Nada poderia ser mais estranho ao pensamento ocidental, tão propenso a engrandecer a conquista ímpar do sujeito singular: somos recalcitrantes à sabedoria oriental do Tao que celebra o “caminho” traçado por inúmeras forças, que se entrelaçam inextricavelmente.
Mas o livro de Jullien não insiste meramente no contraste entre Oriente e Ocidente. Mostra também a abertura da nossa cultura às outras formas de pensar e ver o mundo. Pela sua vocação de universalidade, nossa cultura começou a fugir da rigidez dos conceitos e dos dogmas, criticou a repetição mecânica das suas tradições empobrecidas, e cultua a abertura de reinventar-se. Apesar das convenções poderosas, há também no ocidente indivíduos e grupos atentas à fluidez da vida – basta lembrar como exemplo a arte de J. G. Rosa, cuja reflexão sobre a ‘matéria vertente’ se pautava no Tao.
Assim, Jullien dedica boa parte de seu ensaio às artes e disciplinas ocidentais que aprimoram a sensibilidade e a sabedoria voltadas para os processos decisivos, embora excessivamente sutis que afetam nossa vida e nossa felicidade. A poesia e o romance preenchem esse papel importante na cultura europeia. Mas eles não são as únicas “máquinas de transformações silenciosas” (65). Também a psicanálise baseia-se na reeducação das formas de ver e sentir, de pensar e viver: não oferece “cura” ingênua, mas ensina ver de outra maneira, a considerar outras possibilidades – possíveis reviravoltas – já inscritas nas constelações que consideramos como infelizes. É esse outro olhar que leva a desistir da repetição compulsiva de sofrimentos fixados por hábitos mentais neuróticos.
Diferente da auto-ajuda que foca a solução de problemas pontuais, a psicanálise nos prepara para o processo “infinito” da existência, que menos evolui (como nós tendemos a pensar) do que “verte” em imperceptíveis reviravoltas: “Para que algo possa se inverter no seu contrário – como, por exemplo, o amor em indiferença, desgosto e ódio – é preciso que ele já contenha esse contrário em si mesmo... a morte está sempre já na vida e caminha nela: eis porque morremos um dia de morte natural. Ou a pulsão de morte, que não é somente o outro de Eros, mas, segundo Freud, a negatividade que se exerce dentro da pulsão sexual, que trabalha nela e impede a plena satisfação” (85). Por mais que avancemos na descoberta de traumas e causas do nosso sofrimento, mais nos treinamos na “perlaboração”: a demanda de compreensão racional começa a ceder a um outro entendimento, a uma “entrega” sutil de quem vê e navega melhor – aproveitando as oportunidades de sair das cadeias causais para a reviravolta.
Nos “curamos” não pelo viés da interpretação e da argumentação (que nos aprisionam na lógica da não-contradição e que detesta, desde Platão, as “correntes contrárias do Euripe”); nos curamos porque o caminho/Tao da análise nos proporciona a experiência de ver como são as coisas: correntes movidas por contracorrentes – nada mais, nada menos. Como o “Clássico da mudança” chinês, que fala do yin e do yang, a psicanálise nos reensina a lógica da contradição: a todo o momento podemos aproveitar as forças contrárias para que se inclinem na direção da sua contra-corrente.
É o momento em que a esperança terapêutica ingênua se verifica – pelo avesso: não temos nada de novo a aprender. Tudo que é relevante, já o sabíamos. Mas é nesse momento que podemos começar a prestar atenção aos processos sutis que viabilizam reversões surpreendentes. Eis a grande diferença que Freud (re)introduziu no pensamento ocidental – desafiando a metafísica voltada para o Ser, a Verdade, a firmeza de determinações que põem fim e limite à fluidez do viver.
Não é dos orientais, mas dos mitos e da poesia grega que Freud imitou os processos fluidos e o pensamento paradoxal. E todos que passaram pela análise ou por terapias afins (sejam elas corporais ou verbais) sabem dar valor às sutis transformações do crescer, envelhecer e amar: são aventuras labirínticas e paradoxais às quais não precisamos assistir passivamente. Podemos cultivar um carinho pelos seus processos sutis e contraditórios, e praticar uma arte mais graciosa de viver, envelhecer e amar.
Não há pensador mais oportuno do que François Jullien para o evento O Mal-estar na Cultura. Pois o objetivo deste evento estendido sobre um período relativamente longo é detectar – e deixar vir à tona – as possibilidades de diálogo entre disciplinas e culturas, ideias e pessoas diferentes. Em vez de encenar novidades espetaculares, propomos aproveitar as afinidades entre conhecimentos, práticas e sabedorias que poderiam nos ajudar a melhor enfrentar as nossas transformações silenciosas.

http://www.malestarnacultura.ufrgs.br/lerdocumento.php?idtitulo=02a137de8543e84be3330256a132ff6b





--------------------------------------------------------------------------------

História da Fitoterapia no Brasil - Von Martius

MARTIUS (1794-1868):
- Médico, zoólogo e botânico alemão, que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da flora brasileira. Coordenou uma equipe de botânicos para escrever a maior obra de botânica sobre o Brasil, a “Flora Brasiliensis”, terminada em 1906, após a sua morte. Das 10.000 descrições de espécies, pelo menos 5.939 eram novas para a ciência. Veio ao Brasil em 1817, juntamente com Spix, em expedição científica, que acompanhou a comitiva da arquiduquesa Leopoldina, futura esposa de D. Pedro I. Percorreu o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. De todas as expedições científicas realizadas no Brasil, esta foi a mais ampla e a de mais profícuos resultados. Os seus trabalhos, conduzidos em boa parte, através de regiões inexploradas, lançaram muita luz sobre a geografia e a etnografia indígena de que colheram rico cabedal, com a organização de vocabulários de diversas línguas sul-americanas. Além disso estudou também as plantas medicinais, inclusive, as espécies utilizadas pelas tribos indígenas. Observou e experimentou inúmeras práticas médicas populares nas regiões por onde percorreu.
MARTIUS, Karl F. P. von:
1843 - Systema Materiae Medicale Vegetabilis Brasiliensis - Lpsiae. Frid. Fleischer - 156 p.
1823/1868 - Flora Brasiliensis - 15 Vol. - Munchen, Wien, Leipzig - Germany - 24.544 p.
1979 - Natureza, Doenças, Medicina, Remédios dos Índios Brasileiros - 2ª Ed. - C.E.N. - S. Paulo -183 p.
SPIX, Johann Baptiste von & Karl F. P. von MARTIUS:
1938 - Viagem pelo Brasil (1817-1820) - 3 Vol.- 1ª Ed. - Imprensa Nacional - Rio de Janeiro - Brasil - 1º v. 389 p. / 2º v. 332 p. / 3º v. 491 p.

Douglas Carrara
Publicado no Recanto das Letras em 21/04/2010
Código do texto: T2211061

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

VI Jornada Catarinense de Plantas Medicinais


Ecomedicina:+informação,+autonomia,+participação+e+liberdade+de+escolha+na+saúde

Ecomedicina:+informação,+autonomia,+participação+e+liberdade+de+escolha+na+saúde

Resposta do professor Douglas Carrara à estrevista do Dr. Draúzio Varella à revista Época de 13/08/2010

Prof. Douglas Carrara

http://www.bchicomendes.com/
"Não há porque envergonhar-se de tomar do povo o que pode ser útil à arte de curar." Hipócrates (460-380 a.C.)
Há muito tempo a Antropologia se recusa a utilizar categorias inadequadas para estudar e compreender o pensamento popular à respeito da saúde e da medicina. Os folcloristas no passado se referiam à medicina popular como superstições, crendices, práticas consideradas abomináveis por médicos ou  pessoas de formação acadêmica. Esta rejeição pejorativa do pensamento popular ocorre sem nenhuma análise de sua função social, já que as práticas da medicina popular necessitam melhores observações e não podemos
destacá-las pura e simplesmente sem estudar o seu contexto cultural, sem participar da vida, da interação com aqueles que nos deram os informes, geralmente extraídos e exibidos em função de sua estranheza ou seu exotismo.
Muitas práticas consideradas crendices no passado, atualmente são plenamente explicáveis cientificamente. O uso da laranja mofada ou do queijo embolorado, por exemplo, para tratar feridas tem sido uma prática muito mais antiga do que a descoberta da penicilina por Fleming em 1932. Atualmente sabemos que a laranja abandonada no fundo do quintal, quando apodrece é atacada por um fungo do mesmo gênero (*) do bolor utilizado por Fleming para produzir o primeiro antibiótico. E o raizeiro raspa a casca da laranja onde
estava o bolor e passa externamente nas feridas crônicas. Em pouco tempo a inflamação cede e começa o processo de recuperação do paciente. Da mesma forma, em Cesárea, antiga cidade fundada pelos romanos, os armênios tratavam as feridas atônicas, cobrindo-as com queijo mofado, também produzido por um bolor semelhante ao bolor que deu origem à penicilina.
A vacinação anti-variólica, descoberta por Jenner em 1798, responsável pela erradicação da varíola em todo o mundo, uma doença extremamente virulenta e mortal, somente foi possível graças aos próprios camponeses na Inglaterra que, pelo menos, a partir de 1675, se vacinavam, inoculando em si mesmos as
secreções do gado atingido pela varíola bovina. Isto porque eles sabiam que a cow-pox (varíola bovina) era benigna e não matava como a varíola humana. Inclusive o próprio Jenner, médico que, ao atender uma camponesa, e suspeitar de que estivesse com varíola humana, obteve como resposta, e com extrema segurança, o seguinte: " Não posso ter varíola, porque já tive cow-pox." Esta foi a informação que Jenner necessitava para descobrir o princípio da vacina e iniciar o combate a esta terrível doença de maneira
rigorosamente científica. Graças à uma crendice de origem popular, Dr. Dráuzio Varella!
Mas não somente os camponeses ingleses conheciam esta técnica. A inoculação de varíola a fim de provocar uma forma atenuada da mesma era conhecida secularmente na China. A crosta de uma pústula era pulverizada e introduzida no nariz ou insuflada por meio de um tubo de bambu até que se formasse uma
erupção local. Os armênios também se vacinavam muitos séculos antes de Jenner. O padre Lucas Indjidjian, em seu livro "Darap atum" (História dos Séculos), publicado em 1827, descreve as minúcias do método nos seguintes termos: "Os armênios praticavam, há muito tempo, a vacinação contra a varíola, de modo empírico. Consistia seu método em recolher as crostas das pústulas de varíola na fase de descamação e conservá-las nos resíduos de passas de uvas. No momento oportuno, administravam-se essas passas às
pessoas que se pretendia preservar da varíola. Mais tarde, os armênios puseram em prática o método de inoculação por incisão ou fricção, procurando levar o agente portador da varíola por baixo da pele do indivíduo são. Este método profilático foi introduzido em Constantinopla por emigrantes armênios no ano de 1718. Lady Montague, esposa do embaixador inglês junto ao sultão, experimentou sua utilidade em seu próprio filho". (2)
Assim os exemplos são inumeráveis de supostas crendices populares que, com o desenvolvimento da ciência, e a superação dos preconceitos por parte dos cientistas, acabam sendo esclarecidas e enaltecendo a grandeza do pensamento médico popular. O próprio Rousseau afirmava que "sábios tem menos preconceitos do que os ignorantes, porém ficam mais presos aos que possuem."
Por isso é muito difícil convencer um médico preconceituoso e limitado como Dráuzio Varella. O paradigma cartesiano está tão profundamente arraigado e internalizado em seu pensamento que o torna obcecado pelas suas convicções pseudo-científicas. Sabemos hoje que inúmeras plantas medicinais tiveram suaspropriedades medicinais descobertas em ambiente não científico. A planta chinesa ma huang (**) que contém efedrina (alcalóide utilizado como agente cardiovascular) foi empregada empiricamente pelos médicos nativos, hoje em dia, chamados de médicos de pés-descalços, durante mais de 5.000 anos! O receituário chinês menciona que a planta é útil como antipirética, sudorífica, estimulante circulatório e sedativo da tosse. E eu pergunto, isto também era uma crendice, Dr. Dráuzio Varella?
Na Inglaterra, as folhas da planta dedaleira (***) era utilizada sob a forma de infusão para o tratamento da hidropisia (ascite) provocada pela insuficiência cardíaca. Esta prática popular foi recolhida pelo médico inglês Withering em 1771, que documentou toda esta experiência em livro publicado na época. Entretanto somente em 1910 a ação da digitalina (hoje digoxina), glicóside contido na planta, sobre o músculo cardíaco foi explicada de forma científica e até hoje vem sendo aplicada com grande aceitação pela medicina científica e até mesmo pelo médico Dráuzio Varella.
O isolamento da vitamina C e a definitiva explicação das causas do escorbuto são atribuídas a Szent-Gyorgi e King em 1932. Entretanto, o tratamento do escorbuto com cítricos era conhecido desde 1498, quando os marinheiros de Colombo foram acometidos de escorbuto, os homens quase moribundos, pediram para serem deixados numa ilha. Quando meses depois, Colombo retornou à ilha, encontrou seus homens vivos e saudáveis. Durante o período tinham se alimentado de frutos tropicais existentes na ilha e por isso passou a ser chamada de "Curaçao". Em 1593, Mathiolus publicou, na Europa, uma receita em que preconiza o emprego dos frutos da rosa silvestre (****) contra as hemorragias dentárias, assegurando que o pó dentifrício de rosa silvestre fortalece as gengivas. Hoje sabemos que o fruto da rosa silvestre possui altos teores de vitamina C (900 mg). Portanto uma crendice fitoterápica perfeitamente esclarecida.
Um fitoquímico brasileiro, Walter Mors, inclusive, reconheceu que na verdade só podemos admirar a experiência milenar de povos primitivos que, muito antes do surgimento da ciência moderna, descobriram, por exemplo, todas as plantas portadoras de cafeína: o chá na Ásia, o café e a noz-de-cola na África, o guaraná e o mate na América. E o efeito estimulante da cafeína nem é tão flagrante que possa ser reconhecido num simples mascar de folhas ou sementes.
Segundo Muszynski, atualmente conhecemos 12.000 espécies de plantas medicinais que são usadas por diferentes povos em todo o mundo. Convém acrescentar que essas espécies são as selecionadas por diversos povos durante milhares de anos. A ciência moderna não descobriu nenhuma planta nova medicinal ou comestível, mas somente estuda e introduz as já conhecidas popularmente.
Apesar de tudo, o menosprezo pelo saber popular permanece. Para a ciência cartesiana, o único saber válido que existe é apenas o pensamento científico e com isso os demais saberes são na verdade não-ciência, e se um raizeiro descobre alguma propriedade medicinal em uma planta com que convive há anos,
este conhecimento faz parte da biodiversidade na qual está inserido, portanto passível de expropriação por quem possua direitos sobre a área. Tal como no período dos grandes descobrimentos, os direitos são concedidos muito antes da conquista efetiva através da ocupação do território.
Entretanto a história da ciência tem mostrado que as grandes descobertas científicas ocorrem fora do espaço teórico-científico ou universitário. No século XIX, todos os historiadores da química reconheceram o furor experimental dos alquimistas e acabaram rendendo homenagem a alguns descobrimentos positivos, tais como o ácido sulfúrico e o oxigênio, ainda que para eles não fosse uma descoberta. René Dubos, inclusive, talvez o mais importantes biólogo e cientista do século XX, afirma que as principais invenções que deram impulso surpreendente à ciência foi promovida por mecânicos, curiosos, bricoleurs, inventores, etc. 
No livro "O Pensamento Selvagem", Lévi-Strauss reconhece a legitimidade e a grandeza do saber indígena e popular. Segundo ele, o pensamento selvagem não é uma estréia, um começo, um esboço, parte de um todo não realizado; na verdade forma um sistema bem articulado; independente, neste ponto, desse outro sistema que constituirá a ciência (cartesiana). Cada uma dessas técnicas, muitas delas oriundas do período neolítico, a cerâmica, a tecelagem, agricultura, o tratamento de doenças com plantas e a domesticação de animais supõe séculos de observação ativa e metódica, hipóteses ousadas e controladas, para serem rejeitadas ou comprovadas por meio de experiências incansavelmente repetidas. Por isso foi preciso, não duvidamos, uma atitude de espírito verdadeiramente científica, uma curiosidade assídua e sempre desperta, uma vontade de conhecer pelo prazer de conhecer, porque uma pequena fração apenas das observações e das experiências poderia dar resultados práticos e imediatamente utilizáveis. As diferenças entre o saber científico e o saber selvagem ou popular se situam não ao nível dos resultados, mas sim quanto à estratégia para chegar ao conhecimento, o saber popular muito perto da intuição sensível e o outro mais afastado.
E com isso toda a criatividade desenvolvida por raizeiros, parteiras, mateiros, pajés, pais-de-santo, rezadores, curadores de cobra, ao longo de uma vivência pessoal acumulada através dos anos, sem nenhum apoio externo institucional, agora está sendo valorizada e expropriada com tenacidade pelos grandes laboratórios. Afinal de contas, uma tradição não expressa senão a longa e penosa experiência de um povo. Nasce da batalha travada para manter a sua integridade ou, para dizê-lo com mais simplicidade, da sua luta para sobreviver, buscando na Natureza um remédio para seus males.
Com certeza o aumento da longevidade ocidental e oriental se deve ao avanço da ciência e do conhecimento, mas não apenas dos medicamentos farmacêuticos, pois os recursos terapêuticos da medicina alopática tiveram um papel muito pequeno nos resultados obtidos. O conjunto dos atos médicos modernos é
impotente para reduzir a morbidade global. Na verdade, as moléstias infecciosas, tais como, tuberculose, disenteria, tifo que dominaram o nascimento da era industrial vinham gradativamente reduzindo sua incidência, depois da Segunda Guerra Mundial, antes do emprego dos antibióticos. Quando a etiologia dessas moléstias foi compreendida e lhes foi aplicada terapêutica específica, elas já tinham perdido muito de
sua atualidade. É possível que a explicação se deva em parte à queda natural de virulência dos microrganismos e à melhoria das condições de habitação e da disseminação de redes de esgoto e de água tratada, mas ela reside, sobretudo, e de maneira muito nítida, numa maior resistência individual, devida à melhoria da nutrição e conseqüentemente do fortalecimento do sistema imunológico humano.
Portanto o Dr. Dráuzio Varella se equivoca quando atribui a maior expectativa dos povos orientais aos avanços da medicina e dos antibióticos. As estatísticas mostram que os índices de morbidade dos povos orientais são bastante inferiores aos padrões ocidentais. A diferença fundamental reconhecida mundialmente está no regime alimentar e no estilo de vida e principalmente no consumo maior de proteínas de origem vegetal. Por outro lado, é necessário reconhecer os grandes avanços tecnológicos obtidos pela biomedicina no mundo inteiro. Porém sabemos todos, que as pesquisas e os investimentos são realizados por grandes empresas que monopolizam o mercado mundial e, como tem propósitos lucrativos, somente investem no tratamento de doenças que lhes permitam elevada lucratividade. Por isso as doenças mais comuns dos países do terceiro mundo recebem pouca atenção e pesquisas no sentido de produzir novos medicamentos eficazes para combatê-las. Na verdade os medicamentos utilizados no tratamento de doenças degenerativas, como o câncer, o diabetes, as doenças cardio-vasculares, e os equipamentos eletrônicos de monitoramento de pacientes terminais são o grande foco da indústria farmacêutica e médica. E o raciocínio de seus
dirigentes chega a ser bastante simplório, tal como a declaração de um financista da indústria farmacêutica, numa entrevista ao Herald Tribune
(01/03/2003): "O primeiro desastre é se você mata pessoas. O segundo desastre é se as cura. As boas drogas de verdade são aquelas que você pode usar por longo e longo tempo." Sem comentários.
Com relação à avaliação da eficácia dos medicamentos fitoterápicos promovida pelo quadro "É Bom pra Quê?" do Fantástico, é realmente lamentável que um médico como Dráuzio Varella não saiba que em epidemiologia é necessário analisar uma grande quantidade de resultados para se chegar a uma conclusão.
Inclusive, sabemos todos, que uma clínica não pode ser avaliada pelo número absoluto de óbitos. Deve-se comparar os resultados com o número médio de óbitos mensal para saber se alguma anormalidade está ocorrendo. Apenas quando o número de óbitos está muito acima da média, as autoridades médicas
acionam o alarme e começam a investigar os motivos que extrapolaram à média esperada.
Portanto trata-se de desonestidade intelectual condenar o uso da babosa no tratamento do câncer utilizando um caso negativo isolado. Medicina não é matemática. Para obter uma avaliação válida do uso da babosa no tratamento de câncer, o médico/repórter Dráuzio Varella deveria buscar os resultados médios obtidos nos diferentes postos de saúde que a utilizam ou até mesmo na extensa bibliografia existente não somente no Brasil, mas no mundo inteiro. Se fosse necessário avaliar os resultados do tratamento de uma doença por um
medicamento sintético teríamos, no campo da ciência, de agir desta maneira. Porque no caso da fitoterapia é diferente. Dois pesos e duas medidas. Com relação à necessidade de pesquisas com as plantas medicinais a Universidade Brasileira desenvolve, há vários anos, padrões de avaliação científica das plantas medicinais. Desde a realização do 1o Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil em 1967, quando foram apresentados 22 trabalhos científicos até o XVII o Simpósio em Cuiabá em 2002, que recebeu 870 trabalhos científicos,
houve um incremento de 3800 % (10). Talvez ainda seja muito pouco, para um país com as dimensões do Brasil. Mas estamos buscando um caminho, com dificuldades, é claro. Portanto são inúmeros opesquisadores no Brasil habilitados para elaborar projetos e pesquisas sobre plantas medicinais.
Portanto nós não necessitamos da ajuda do Dr. Drauzio e muito menos do Fantástico para fazer esse trabalho de avaliação. E, além disso, o Dr. Dráuzio é um simples médico/repórter sem experiência e habilitação para fazer esse tipo de trabalho, inclusive sem título de mestrado. Na verdade sua formação de médico não lhe permite isso. A pesquisa nesta área é fundamentalmente multidisciplinar e o Dr. Dráuzio teria com certeza um espaço para atuar na equipe, se tivesse alguma especialização na área, e se examinarmos seu currículo Lattes, verificamos uma escassa experiência de pesquisas com plantas medicinais. Sua alegação de que pesquisa há 15 anos na Amazônia, não lhe garante direito algum para decidir o que deve ser feito. E porque estas pesquisas não são publicadas? Por isso as posições do Dr. Dráuzio são ridículas. Qualquer pesquisador da área reconhece a necessidade de várias etapas de pesquisa para validar a ação medicinal de uma planta. Mas quem vai decidir sobre a metodologia adequada para sua validação não pode ser o Dr. Dráuzio e muito menos o Fantástico. Trata-se de uma inversão de valores e de interesses escusos.
A enorme quantidade de críticas surgidas após a entrevista do Dr. Dráuzio à revista Época de 13/08/2010 explicitam a indignação de pacientes e profissionais da área de pesquisa de plantas medicinais no Brasil. Como a motivação pela pesquisa de plantas medicinais e sua defesa é muito grande devemos reconhecer que todos objetivam encontrar uma alternativa válida para cuidar de nossa saúde. E diga-se a verdade, não somente com plantas medicinais, mas também buscando técnicas terapêuticas milenares, como a acupuntura, o shiatsu, a medicina tradicional chinesa, a medicina ayurvédica, a auto-hemoterapia, a iridologia, a homeopatia, a antroposofia, o psicodrama, o naturismo, a aromaterapia, a musicoterapia, a meditação
transcendental, a yoga, a biodança e inúmeras outras terapias. E essa busca não ocorre por acaso, não é mesmo?
Trata-se apenas da busca desesperada de uma nova filosofia médica que compreenda o ser humano de maneira integral. As pessoas não suportam mais serem fragmentadas e segmentadas tal como as inúmeras peças de um quebra-cabeça. Segundo a Organização Mundial da Saúde a saúde é um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. Eu complementaria acrescentando ao texto o bem estar cultural e espiritual. E a biomedicina alopática ou convencional ao invés de atender a estas necessidades fundamentais do ser humano fragmenta ainda mais, criando novas especialidades médicas apenas para atender às necessidades do médico e nunca as do paciente e, com isso, a cada dia existem mais médicos que sabem muito sobre muito poucas coisas e que acabam por perder de vista o todo, o homem enfermo. Poder-se-ia chamar isso de fragmentação da responsabilidade frente ao paciente.  Com isso estabelecem um campo cirúrgico no corpo do paciente e esquecem todo o resto. O paciente é apenas um objeto que carrega uma enfermidade.
Quando alguém adoece, seu sistema imunológico está em baixa, com pouca resistência aos micróbios ou germes invasores de seu corpo que se aproveitam da fragilidade para se reproduzir e com isso gerando os sintomas da doença.
Portanto a doença depende do que Pasteur definia, pouco antes de falecer, como o "terreno" favorável ou não ao desenvolvimento das colônias microbianas.
Portanto a partir desta noção, aceita pelos que defendem as medicinas integrais, o paciente necessita urgentemente nesse momento de buscar a restauração do equilíbrio de todo o organismo e não apenas da supressão de sintomas incômodos, aparentemente o mais afetado pela enfermidade. E é por isso que não basta suprimir sintomas, combater as dores ou a febre com analgésicos, levantar o paciente da cama, ou no jargão economicista, restaurar apenas a força de trabalho, característica fundamental da terapêutica alopática. ´
É necessário buscar terapêuticas que ajudem a recuperar o sistema imunológico. E as medicinas integrais caminham neste sentido e, com certeza, será a medicina do futuro, que cada vez fica mais próximo. Quem viver, verá.
*Prof. Douglas Carrara*
Antropólogo, Professor, Pesquisador de medicina popular e fitoterapia no Brasil
http://www.bchicomendes.com/

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ALGUNS REMÉDIOS DE ERVAS COMUNS

Camomila

Usa-se: Flores da planta são utilizadas para fazer chás , extratos líquidos , cápsulas ou comprimidos para insônia , ansiedade e problemas gastrointestinais como dores de estômago , gases e diarréia. Pode ser aplicado à pele como um creme ou uma pomada para várias condições de pele , ou usado como uma enxaguadura de boca para tratar úlceras na boca resultante do tratamento do câncer.
Efeitos colaterais: As reações alérgicas podem incluir erupções cutâneas, inchaço da garganta , falta de ar e choque anafilático , reação alérgica com risco de vida .

Aloe vera
Usa-se: Clear gel das folhas é usado frequentemente como uma pomada tópica para queimaduras e outras condições. A parte verde da folha que envolve o gel pode ser usado para produzir um suco ou uma substância seca tomado por via oral para diabetes , asma, epilepsia e osteoartrite.
A ciência : Tópica gel aloe pode ajudar a curar queimaduras e escoriações. Outros usos não tenham sido muito pesquisado.
Efeitos colaterais: Gel pode inibir a cicatrização de feridas profundas . cólicas abdominais e diarréia foram relatados com o uso oral , o que pode diminuir a absorção de muitos fármacos.

Alho
Indicações: Colesterol elevado , doenças cardíacas, pressão alta e alguns tipos de cancro, incluindo o estômago e cólon. dentes de alho podem ser comidos crus ou cozidos. Eles podem ser secos ou em pó e utilizado em comprimidos e cápsulas . Os dentes pode ser usado para fazer óleos e extratos líquidos .
A ciência : O alho pode retardar o desenvolvimento da aterosclerose (endurecimento das artérias) , tornando a pressão arterial um pouco menor.
Efeitos colaterais: Respiração e odor do corpo , azia , dores de estômago e reações alérgicas (todos os mais comuns com alho cru ).

Canela
Usos: Oralmente , canela cássia é usada para diabetes tipo 2 , gás, espasmos musculares e gastrointestinais , prevenção de náuseas e vómitos, diarreia , infecções,  resfriado comum e perda de apetite. enurese Também é usado para a impotência , doenças reumáticas , hérnia de testículo e sintomas da menopausa.
A ciência : Canela é uma boa fonte de manganês, uma componente importante de uma dieta saudável. Ele contém uma substância que ativa os receptores de insulina antes inibida .
Efeitos colaterais: Suas propriedades anticoagulante pode causar hemorragias profusas em conjunto com outros diluidores do sangue , se um paciente está ferido,ou menstruação excessiva .

Erva de São João
Indicações: Nos distúrbios do sono , na dor dos nervos e nos transtornos mentais como depressão e ansiedade. Também pode ser usado como um sedativo, para tratar a malária e como um bálsamo para feridas , queimaduras e picadas de insetos
 A ciência : Estudos têm demonstrado graus variados de sucesso no tratamento da depressão .
Efeitos colaterais: Pode causar aumento da sensibilidade à luz solar. Outros efeitos colaterais podem incluir ansiedade , boca seca , tontura, sintomas gastrointestinais , fadiga , dor de cabeça ou disfunção sexual.

Fonte: Centro Nacional de Alternativa e Complementar Medicina, http://nccam.nih.gov/

Mente e cérebro, ilusões e mistérios - Eduardo Giannetti

Por Sonia Montaño

A noite do Fronteiras do Pensamento, de 13 de setembro, abordou as relações entre mente e cérebro. Com o título A Ilusão da Alma, o economista e cientista social brasileiro Eduardo Giannetti falou sobre as teorias fisicalistas do cérebro que consideram uma ilusão qualquer ato de comando nosso sobre o próprio cérebro.
Giannetti disse que o convite para a conferência do Fronteiras chegou bem na hora em que estava finalizando seu livro.
O livro A ilusão da alma é um relato em primeira pessoa de uma conversão filosófica.
Um professor de Letras padece de uma série de problemas como ausências e alucinações, e descobre que tem um tumor. É operado, mas três coisas mudam em sua vida: fica parcialmente surdo, obtém a aposentadoria por invalidez e é tomado por uma verdadeira obsessão pelo estudo do cérebro e da mente. Ele faz grandes descobertas, com um desfecho inesperado, à medida que avança, encontra-se com um credo aterrador, o fisicalismo. A nossa consciência, senso de identidade, sensação de liberdade, e tudo o que povoa nossa atividade mental seria produto dos bilhões de células do cérebro e nada mais. O livro fala da frágil consciência que temos de nós mesmos. “A ideia é mostrar que podemos estar radicalmente
enganados. Podemos estar tão equivocados no modo como pensamos sobre nós mesmos quanto o homem pré-científico se encontrava equivocado no que pensava sobre o trovão e o relâmpago”, disse o autor.
Giannetti relatou que as relações entre mente e cérebro são abordadas há 2.500 ano e que todos temos um conhecimento intuitivo sobre essas relações. “Que tipo de ser é o bicho homem? Para onde caminha o entendimento estritamente científico da condição humana?”, perguntou-se o economista.

Mundo físico e mundo mental
Todo ser humano tem um lado filósofo, traz consigo um conjunto de noções sobre o que significa ser dotado de consciência e vontade própria, além da relação que ele e a humanidade em geral guardam com o universo em que vivem. Quando a criança percebe que há coisas que dependem de sua vontade e outras não, está aprendendo a andar com suas próprias pernas em seu mundo mental.
Há um entendimento compartilhado sobre as relações mente-cérebro que parte da compreensão de dois tipos de acontecimentos distintos. De um lado, os acontecimentos que pertencem ao mundo físico externo e que percebemos pelos sentidos, e, de outro, os que acontecem na nossa mente e temos acesso pela atenção
consciente, introspecção e vida interior.
Outro entendimento compartilhado sobre nós mesmos é que os mundos físico e mental não são totalmente separados, se autoinfluenciam. “Se eu tomar um analgésico, a dor de dente desaparece. É o físico sobre o mental. Se eu fumo um cigarro, fico mais animado, mas quando penso no mal da nicotina jogo o cigarro fora.
É o mental sobre o físico”, exemplificou Giannetti.
Eduardo Giannetti encerrou a conferência com um silogismo fisicalista:
As leis e regularidades que regem o mundo são independentes de minhas vontades.
A minha vontade é fruto das mesmas leis que regem o mundo.
A minha vontade é independente de minha vontade.
Leia mais...http://www.unimedpoa.com.br/mkt/fronteiras1409/resumo_fronteiras1409.pdf

UNIPAMPA - Professores participam de Congresso em Portugal

Qua, 15 de Setembro de 2010 17:23 Os professores do curso de Farmácia da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) Campus Uruguaiana, Cássia Virginia Garcia e Andreas Sebastian Loureiro Mendez participaram do Congresso Internacional 70º FIP World Congress of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, dos dias 28 de agosto a 2 de setembro, em Lisboa (Portugal).
No Congresso, evento promovido pela International Pharmaceutical Federation (FIP), os professores Cássia e Andreas apresentaram os trabalhos intitulados “Spectrophotometric determination of gemifloxacin mesylate (GFM) in tablets using surface response experimental design”, ("Determinação espectrofotométrica de mesilato de gemifloxacino em comprimidos usando desenho experimental de superfície de resposta") e “Microbiological assay for determination of the antibiotic doripenem and comparison to the HPLC method”, ("Doseamento microbiológico para determinação do antibiótico doripenem e comparação com o método de HPLC), respectivamente.
Professores ao lado dos pôsteres apresentados no Congresso

Durante o evento, foram efetuados contatos com autoridades brasileiras na área da Farmácia, como o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil (ANVISA), Dirceu Raposo de Mello, e o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRF-RS), Juliano Sofia da Rocha.
Os professores da UNIPAMPA também realizaram visitas técnicas às instalações de duas faculdades com o objetivo de divulgar a Universidade, trocar experiências acadêmicas e iniciar tratativas para a possibilidade de convênios destinados a intercâmbios entre professores e discentes.
No dia 8, a visita foi feita na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (Porto, Portugal), onde os professores foram recebidos pelo atual presidente do Conselho Diretivo, professor de Tecnologia Farmacêutica e pesquisador da Universidade, José Manuel de Sousa Lobo.
Durante a visita à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (Coimbra, Portugal), no dia 9, os professores foram recebidos pela professora de Farmacologia e pesquisadora da Universidade, Maria Margarida Caramona.
Professores da UNIPAMPA junto a autoridades da ANVISA e CRF-RS (à esq.). Professores junto ao Prof. José Lobo, na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (à dir.)
Bruna Bueno para Assessoria de Comunicação Social
Universidade Federal do Pampa

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"GUASQUEADA DO PAMPA"

A Guasqueada do Pampa acontecerá neste mes de setembro, em Bagé, e reunirá a Família Guasque , historiadores, professores e interessados , para conhecerem ,através de depoimentos , a vida e as atividades de Don Guasque , espanhol que veio para o Brasil e que andou por Bagé na época DA Revolução Farroupilha e de Ignácio e José Luiz, filho e neto de Don Guasque, ambos médicos homeopatas que viveram em Bagé, e ainda sua numerosa descendência.

Confirmadas as presenças de familiares do Rio de Janeiro, Paraná, Montevideo e outras cidades do Uruguai, assim como de várias cidades de nosso estado.

Programação Paralela
Dia 18 - Show de Marcello Caminha às 20 30 no Complexo Cultural Dom Diogo de Souza - Promoção URCAMP e Studio Digital
Dia 19 - Domingo
12 - Restaurante La Marca
16 h - Desfile Temático Revolução Farroupilha
18 h- Encontro na Confeitaria Neisa

Dia 20- Segunda Feira
9 30 h - Recepção na Casa de Cultura Pedro Wayne - Música nativista -. Violão e voz com Lucas Gross e Exposição de Fotografias de Julinho Pimentel " Campos de Sombra e luz"
10 00 h - Desfile Tradicional de Gaúchos à Cavalo na Av Sete
12 30 h - Almoço na Churrascaria Betemps, com a voz de Cotinha e esposo.
Tarde livre - sugestão - Aceguá e seu Acampamento Farroupilha
20 00 h - Jantar no Madre Maria, com Julinho Pimentel no vocal.
Dia 21 - Terça Feira
9 00 h - Embarque em ônibus DA Prefeitura para Passeio Cultural pela cidade: Av Sete e Tupi Silveira, Marechal Floriano, General Osório, Catedral, Parte antiga DA cidade e Cemitério, Av José Artigas até o início dos Haras de PSI, Santa Thereza.
12 00 - Almoço livre
15 00 - Visita ao Museu Dom Diogo de Souza - Exposição " Dois Séculos do Cotidiano de Bagé - Imagem, Poesia e História"
17 00 -Casa de Cultura Pedro Wayne - " Guasqueada no Pampa"
21 00 h - Jantar no Bistro
Guasqueada no Pampa
Promoção - Núcleo de Pesquisas Tarcísio Taborda, Casa de Cultura Pedro Wayne, Secretaria Municipal de Cultura, Família Guasque
Apoio - Museu Dom Diogo de Souza , Centro Histórico Santa thereza
A programação será esta, devemos ainda nos ajustar ao tempo, que foi uma escolha aleatória podendo ser mais, ou menos. Mas os particiapantes e as palestras obedecerão esta ordem crescente, primero José Luiz, ( neto de Don Guasque, e médico homeopata em Bagé,dono da Pharmácia Humanidades) depois Ignácio Guasque, pai de José Luis e também médico homeopata , conceituadíssimo em Bagé e depois em Jaguarão, até sua ida para o Paraná, e que escreveu e editou " O MEDICINA HOMEOPATHICA" , em 1890 , e o pai de todos os Guasque, controvertido, multifacetado, aventureiro, polêmico e outros adjetivos mais, que o tornam uma figura única - Don Guasque - José Eduardo Cipriano Berlinguero Guasque, espanhol que chegou ao Brasil em 1828.

Dia 21 de Setembro- 17 horas , iniciaremos as palestras
Palestra 1 - " Dr. José Luiz Guasque, médico homeopata em Bagé 1907 - 1937 ", com os bisnetos Gerson Luis Barreto de Oliveira, médico nefrologista em São Gabriel - RS, e Maira Belkis Caminha Correa, veterinária, bacharel em Direito em Bagé ( 20 min ).
Palestra 2 - " Guasque Prates - uma das famílias descendentes de Don Guasque ". Mirta Guasque Prates, psicopedagoga de Porto Alegre ( 20 min ).
Palestra 3 - Dr. Ignácio Guasque e o tratado " Medicina Homeopathica ", com Renato Vargas Guasque, advogado patrimonialista de Ponta Grossa -Paraná, e Gerson Luis Barreto de Oliveira ( 30 min ).
Intervalo ( 10 min )
Palestra 4 - " Don José Guasque ", com Renato Vargas Guasque, e Aluisio Guasque Antunes, Procurador Aposentado do Estado do Paraná ( 30 min )
A seguir, a escritora e folclorista gaúcha Elma Sant'Ana faz uma abordagem com " Don José Guasque pela Revolução Farroupilha " e lança o livro " Don Guasque ".
Após, debates com mesa redonda de todos os participantes, e entrega oficial ao NPHTT das Obras Completas da escritora Anna Guasque Moreira Lima ( bisneta de Don Guasque ).

foto: Ignácio Guasque e familiares (enviada por Gerson de Oliveira Barreto)























"O mal na sala de estar da civilização"

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DR. PAUL GACHET(1828-1909)

Dr. Paul Gachet , talvez uma das figuras mais fascinantes da história do Impressionismo , foi um médico especializado em homeopatia, um psiquiatra, um gravador e um ser sempre útil e generoso e amigo de todos os artistas com quem  entrou em contato. Como um jovem estudante em Paris, ele tinha frequentado a Brasserie des Martyrs, e depois de concluir seus estudos de medicina em Montpellier , tornou-se frequentador do Café Guerbois. Ele comprou uma casa em Auvers -sur- Oise e, em seu estúdio , tornou-se um gravador entusiasmado, em parte como consequência dos seus contactos anteriores com Daumier , Charles Méryon e Rodolphe Bresdin , artistas cujos estilos foram refletidas em sua própria obra. 

Foi nesse estúdio que  Cézanne produziu  uma gravura de Guillaumin , bem como a pintura de um número de peças florais dispostas em vasos de Delft para ele pela esposa do médico. Por recomendação do Pissarro, Gachet foi ver Vincent van Gogh em sua casa em 1890, e foi em Auvers que o mesmo cometeu suicídio . Gachet possuia uma grande coleção de pinturas das principais figuras do movimento impressionista que foi doada ao Estado pelo seu filho e agora está no Musée d' Orsay.


Botica homeopática do Dr. Gachet


http://www.homeoint.org/photo/g/gachetp.htm

Programa do X Congresso Gaúcho de Clínica Médica

http://www.clinicamedicars.org.br/congresso/programacao.html