quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

GUIA DE SINTOMAS HOMEOPÁTICOS

O holandês Roger Van Zandvoort dedicou-se a sintetizar todos os guias de sintomas homeopáticos já existentes (Repertórios), surgindo daí o Complete Repertory que está disponível para download grátis pela internet.
O download está em
http://www.completedynamics.com/

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O HAITI EXISTE?

O Haiti existe?
Escrito por Frei Betto
30-Jan-2010
Interessados em exibir na Europa uma coleção de animais exóticos, no início do século XIX, dois franceses, os irmãos Edouard e Jules Verreaux, viajaram à África do Sul. A fotografia ainda não havia sido inventada, e a única maneira de saciar a curiosidade do público era, além do desenho e da pintura, a taxidermia, empalhar animais mortos, ou levá-los vivos aos zoológicos.
No museu da família Verreaux os visitantes apreciavam girafas, elefantes, macacos e rinocerontes. Para ela, não poderia faltar um negro. Os irmãos aplicaram a taxidermia ao cadáver de um e o expuseram, de pé, numa vitrine de Paris; tinha uma lança numa das mãos e um escudo na outra.
Ao falir o museu, os Verreaux venderam a coleção. Francesc Darder, veterinário catalão, primeiro diretor do zoológico de Barcelona, arrematou parte do acervo, incluído o africano. Em 1916, abriu seu próprio museu em Banyoles, na Espanha.
Em 1991, o médico haitiano Alphonse Arcelin visitou o Museu Darder. O negro reconheceu o negro.  Pela primeira vez, aquele morto mereceu compaixão. Indignado, Arcelin pôs a boca no mundo, às vésperas da abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona. Conclamou os países africanos a sabotarem o evento. O próprio Comitê Olímpico interveio para que o cadáver fosse retirado do museu.
Terminadas as Olimpíadas, a população de Banyoles voltou ao tema. Muitos insistiam que a cidade não deveria abrir mão de uma tradicional peça de seu patrimônio cultural. Arcelin mobilizou governos de países africanos, a Organização para a Unidade Africana, e até Kofi Annam, então secretário-geral da ONU. Vendo-se em palpos de aranha, o governo Aznar dediciu devolver o morto à sua terra de origem. O negro foi descatalogado como peça de museu e, enfim, reconhecido em sua condição humana. Mereceu enterro condigno em Botswana
Em meus tempos de revista "Realidade", nos anos 60, escandalizou o Brasil a reportagem de capa que trazia, como título, "O Piauí existe". Foi uma forma de chamar a atenção dos brasileiros para o mais pobre estado do Brasil, ignorado pelo poder e pela opinião públicos.
O terremoto que arruinou o Haiti nos induz à pergunta: o Haiti existe? Hoje, sim. Mas, e antes de ser arruinado pelo terremoto? Quem se importava com a miséria daquele país? Quem se perguntava por que o Brasil enviou para lá tropas a pedido da ONU? E agora, será que a catástrofe - a mais terrível que presencio ao longo da vida – é mera culpa dos desarranjos da natureza? Ou de Deus, que se mantém silencioso frente ao drama de milhares de mortos, feridos e desamparados?
Colonizado por espanhóis e franceses, o Haiti conquistou sua independência em 1804, o que lhe custou um duro castigo: os escravagistas europeus e estadunidenses o mantiveram sob bloqueio comercial durante 60 anos.
Na segunda metade do século XIX e início do XX, o Haiti teve 20 governantes, dos quais 16 foram depostos ou assassinados. De 1915 a 1934 os EUA ocuparam o Haiti. Em 1957, o médico François Duvalier, conhecido como Papa Doc, elegeu-se presidente, instalou uma cruel ditadura apoiada pelos tonton macoutes (bichos-papões) e pelos EUA. A partir de 1964, tornou-se presidente vitalício... Ao morrer em 1971, foi sucedido por seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, que governou até 1986, quando se refugiou na França.  
O Haiti foi invadido pela França em 1869; pela Espanha em 1871; pela Inglaterra em 1877; pelos EUA em 1914 e em 1915, permanecendo até 1934; pelos EUA, de novo, em 1969.
As primeiras eleições democráticas ocorreram em 1990; elegeu-se o padre Jean-Bertrand Aristide, cujo governo foi decepcionante. Deposto em 1991 pelos militares, refugiou-se nos EUA. Retornou ao poder em 1994 e, em 2004, acusado de corrupção e conivência com Washington, exilou-se na África do Sul. Embora presidido hoje por René Préval, o Haiti é mantido sob intervenção da ONU e agora ocupado, de fato, por tropas norte-americanas.
Para o Ocidente "civilizado e cristão", o Haiti sempre foi um negro inerte na vitrine, empalhado em sua própria miséria. Por isso, a mídia do branco exibe, pela primeira vez, os corpos destroçados pelo terremoto. Ninguém viu, por TV ou fotos, algo semelhante na Nova Orleans destruída pelo furacão ou no Iraque atingido pelas bombas. Nem mesmo após a passagem do tsunami na Indonésia.
Agora, o Haiti pesa em nossa consciência, fere nossa sensibilidade, arranca-nos lágrimas de compaixão, desafia a nossa impotência. Porque sabemos que se arruinou, não apenas por causa do terremoto, mas sobretudo pelo descaso de nossa dessolidariedade.
Outros países sofrem abalos sísmicos e nem por isso destroços e vítimas são tantos. Ao Haiti enviamos "missões de paz", tropas de intervenção, ajudas humanitárias; jamais projetos de desenvolvimento sustentável.
Findas as ações emergenciais, quem haverá de reconhecer o Haiti como nação soberana, independente, com direito à sua autodeterminação? Quem abraçará o exemplo da dra. Zilda Arns, de ensinar o povo a ser sujeito multiplicador e emancipador de sua própria história?

Frei Betto é escritor, autor de "Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira" (Rocco), entre outros livros.
Esse texto me foi enviado por e-mail pelo médico Gerson Luis Barreto de Oliveira 







segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Logoterapia


“Até que ponto sou livre?”
pergunta o homem ao seu Criador.

“Não posso despojar-me
do meu corpo,
não posso renegar
minhas origens,
não posso fugir
do meu ambiente,
não posso escapar
do meu tempo.”

“Tu não és livre
de tuas condições,
responde Ele,
porém, tu és livre
para te posicionares
diante de teus condicionamentos.
E isto é muito além
do que jamais concedi.”

“Quando giro em torno de mim
mesmo, percorro um caminho infinito,
que não leva a lugar algum.
Porém, ao distanciar-me de mim
mesmo, percebo o caminho
para a pessoa que gostaria de ser.”

“Há uma responsabilidade
diante de meus atos:
sou responsável
pelo que faço, digo, decido...
Mas há também uma
responsabilidade
pela maneira como os faço:
sou responsável pelo modo
como vivo, amo e sofro...”

“O corpo
não pode ser construído,
mas o mal-estar físico
pode ser mitigado.
A alma
não pode ser consertada,
mas o distúrbio psíquico
pode ser curado.

O espírito
não pode ser produzido,
mas a dimensão espiritual
pode ser despertada.”

“O que é genuíno
não pode ser desmoralizado,
o que não é mascarado
não pode ser desmascarado,
o que tem sentido
não pode ser questionado.”

“Um corpo estranho penetra
na concha,
ferindo-a.
A areia áspera
machuca sua carne.
A concha sofre.
A concha tenta expelir
o intruso
e fracassa.

O grão de areia fixou-se.
A dor não pode
ser eliminada.
Então o animal,
a partir do âmago
da sua natureza,
busca a força
para transformar o sofrimento
em triunfo.
Do sofrimento e da aflição,
da seiva de suas lágrimas,
surge,
em longos processos
de crescimento interior,
a pérola.”

Textos retirados do livro “Tudo tem seu sentido”
Coleção Logoterapia

http://www.logoterapiaonline.com.br/pages/normal/logo.php

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

INDIGNAÇÃO

A indignação
Escrito por Bert Hellinger
A INDIGNAÇÃO
Quando nos tornamos indignados sobre uma situação qualquer, parece que estamos do lado do bem e contra o mal, do lado da justiça e contarároi à injustiça. Parecemos então ser aquele que intervém entre o agressor e sua vítima de modo a impedir um mal maior. Contudo, pode-se também intervir entre eles com amor, e isso seria, com certeza, melhor. Assim, o que o indigando quer? O que ele realmente obtém?
O indignado se comporta como se ele próprio fosse uma vítima, embora não seja. Ele assume o direito de exigir uma reparação do agressor embora nehuma injustiça tenha sido feita, pessoalmente a ele. Ele assume a tarefa de advogado das vítimas, como se ele tivesse dado a ele o direito de representá-las; e fazendo assim, deixa as verdadeiras vítimas sem direito.
E o que faz o indignado com esta pretensão? Ele toma a liberdade de fazer coisas más aos agressores sem medo de qualquer consequência ruim para sua própria pessoa; pois suas más ações parecem estar a serviço do bem, e assim elas não temem qualquer punição. De modo a manter sua indignação justificada, tal pessoa dramatiza tanto a injustiça sofrida pelas vítimas quanto as consequências das ações da parte culpada. Ela intimida as vítimas a verem a injustiça pelo mesmo modo com ela mesma vê. De outro modo, caso as vítimas naõ concordem, tornam-se suspeitas e alvo de uma indignação justificada ,como se elas mesmas fossem agressores.
Da perspectiva da indignação é difícil para as vítimas deixar seu sofrimento ir embora, e é difícil para os agressores deixarem sua culpa ir embora. Se às vítimas e aos agressores for permitido encontrar uma resolução e uma reconciliação por seus próprios meios, elas podem se permitir, uma a outra, um novo começo. Mas se a indignação entra em cena, tal resolução é muito mais difícil, pois o indignado, geralemente, não fica satisfeito até que o agressor tenha sido completamente destruído e humilhado, mesmo que isto, ao ser feito, intensifique o sofrimento das vítimas.
A indignação é em primeiro lugar uma questão de moralidade. Isto quer dizer que o indignado não está realmente preocupado em ajudar outra pessoa, mas comprometido com uma certa demanda para a qual ele se proclama o executor. Deste modo, ao contrário de alguém que ama, tal pessoa naõ conhece nem contenção, nem compaixão.

“Nós estamos liberados do mal quando podemos, serenamente, deixá-lo ir.”


Medicamentos homeopáticos relacionados com o tema Indignação:
Acon.,ambra.,ars.,aur.,bry.,calc.p.,caps.,cham.,chin.,cocc.,coloc.,
croc.,ign.,ip.,nat.c.,nux vom.,spig.,staph.,verat.
(Ariovaldo Ribeiro Filho-Repertorio de Sintomas Homeopáticos)

CONSTELAÇÕES HOMEOPÁTICAS

As constelações homeopáticas são um método para promover crescimento pessoal e auto-conhecimento. Elas ativam e reforçam a capacidade do corpo para a auto-cura.

As constelações homeopáticas não são terapia no sentido clássico do termo e não objetivam substituí-la. Elas podem entretanto suplementar tais terapias e melhorar as condições sobre as quais tais terapias podem se tornar mais efetivas. Elas são úteis como um elemento de educação continuada em homeopatia e outros campos relacionados.
Modo de ação das constelações homeopáticas
De acordo com o princípio básico da homeopatia, o similar cura o similar, a alma busca encontrar na doença e no sofrimento algo que seja similar à causa de seu sofrimento.
A alma está olhando para uma imagem de similaridade – algo que reflete sua situação patológica e problemática como foi – de modo a se conhecer melhor. Pelo reconhecimento de si nesta imagem os poderes inerentes de auto-cura da alma são ativados. Dentro da tradição da homeopatia clássica, tal imagem é transmitida à alma pelos remédios homeopáticos.
As constelações homeopáticas mostram que é possível receber tais imagens em situações de grupo. O pré-requisito para isto é a existência de campos informacionais. Nas constelações homeopáticas nós usamos o poder do grupo para penetrar em tais campos de informação. Através do convite ‘a consciência dentro do contexto da doença estes campos podem se tornar efetivos. A constelação trabalha com o campo informacional e de cura da homeopatia ou de um remédio específico. ( veja Rupert Sheldrake, The Presence of the Past, para informações sobre a teoria dos campos morfogenéticos).
Os remédios homeopáticos revelam seus efeitos de uma forma muito específica; eles são desenhados para o indivíduo. Em um tratamento dentro da homeopatia clássica é deste modo necessário conduzir uma anamnese ampla e abrangente. Ao mesmo tempo, contudo, os campos informacionais e de cura tem um efeito coletivo. Cada alma humana ressonará em uma certa extensão com cada remédio homeopático, ou encontrará nele um aspecto correspondente. Em uma constelação, os campos informacionais e curadores podem alcançar, tocar e influenciar cada participante individual do grupo, tanto quanto ele ou ela esteja aberto a isto. Neste contexto o campo funciona menos como terapia para doenças e mais como algo que fortalece a alma e o corpo.

Formas de constelações homeopáticas
As constelações homeopáticas podem ser gerais ou pessoais. Elas ou se referem a um contexto geral de um remédio homeopático bem conhecido ou a um contexto pessoal de um remédio especificamente indicado para um indivíduo participante de um grupo. O nome do remédio requerido pelo participante nem precisa ser conhecido.

Grupo-Alvo
As constelações homeopáticas são indicadas para pessoas que estejam desejosas de tomar responsabilidade por si mesmas, que estejam abertas a novas experiências e que querem promover seu próprio processo de cura assim como o de outra pessoas. As constelações homeopáticas podem ainda ser usadas como elemento de treinamento nas carreiras médica, social ou de ensino.

Usos das constelações homeopáticas
As constelações homeopáticas são um caminho para aumentar o auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal, e deste modo não são orientadas para um efeito curativo direto. Elas podem contudo fortalecer as forças de auto-cura e apoiar os processos de cura. Elas nos ensinam a ser mais presentes, ter mais percepção, nos comunicar melhor e ser mais precisos em nossa linguagem. Elas ainda nos treinam em nossa intuição, criatividade e espontaneidade. Para pessoas interessadas em homeopatia e que aplicam a homeopatia terapeuticamente, as constelações fornecem uma excelente forma de aprender acerca dos princípios da homeopatia e sobre os remédios individuais através de uma experiência direta.

Pré-requisitos para o facilitador de constelações homeopáticas
Para se qualificar a facilitar constelações homeopáticas você precisa ter considerável conhecimento e experiência com trabalho terapêutico. E, ao mesmo tempo, uma vez que comece com a constelação, você precisa esquecer todos os conceitos terapêuticos. Você deveria ter um conhecimento considerável de homeopatia e do princípio que o similar cura o similar. Tanto constelações gerais como pessoais em homeopatia requerem que você domine com maestria a arte de encontrar alguns sintomas ou problemas característicos. Uma parte crucial das constelações homeopáticas é encontrar aquilo que é essencial.

Peculiaridades das constelações homeopáticas
- As constelações homeopáticas não se referem primariamente ao passado ou ao futuro. Elas funcionam com o poder do momento. Elas não tem um propósito específico ou uma forma claramente definida. Elas não tem um objetivo ou meta
- Elas levam a um profundo entendimento dos princípios básicos da cura homeopática
- Elas não são complicadas. Elas são simples.
- Elas desenvolvem-se com uma cooperação de todos os participantes do grupo e dá espaço a aquilo que se desenvolve dentro deste espírito de comunhão e sem qualquer intervenção direta.
- Elas não objetivam uma solução rápida e não se espera que o terapeuta forneça uma solução. Ele honra o caminho que surge em pequenos passos e confia nos poderes de cura inerentes da alma.
- Elas não devem ser interpretadas como universalmente válidas. Ao contrário, elas permitem diferentes interpretações dos participantes e estas diferenças devem ser respeitadas.
- Elas buscam por uma qualidade oculta na dificuldade, por um poder de cura qeu funciona através da doença por uma nova força que advém da fraqueza.
- Elas são um meio sério de trabalhar em busca da cura e do auto-desenvolvimento. E ao mesmo tempo são divertidas e leves, e despertam a alegria interior.

O Autor:
Johannes Latzel, M.D. é um homeopata clássico e clínico geral. Ele dirige uma clínica em Freiburg/Breisgau, Alemanha. Junto com sua esposa Susanne (professora de música e terapeuta crânio-sacral ), ele dirige o Institut für Systemische Homöopathie Freiburg.

http://www.institutohellinger.com.br/principal/index.php?option=com_content&view=article&id=67:constelacoes-em-homeopatia&catid=24:textos&Itemid=38

SEMINÁRIO 2010 - RAJAN SANKARAN

http://www.proxy.psi.br/aph/