O 21 DE NOVEMBRO - O DIA DA HOMEOPATIA
Glaci Mousquer Loureiro*
No dia 21 de novembro de 1840 a bordo da barca EOLE, chegou ao Rio de Janeiro Jules Benoit Mure, francês natural de Lyon que veio ao Brasil com o objetivo de fundar a Colônia Societária do Saí, à margem esquerda do Rio São Francisco numa península com o Rio Saí, entre o Paraná e Santa Catarina. Esse projeto , mesmo com o apoio do Imperador D. Pedro II, resultou em fracasso.
Bento Mure, como ficou conhecido no Brasil, era formado em medicina pela escola de Montpellier e tinha um passado ligado à Homeopatia. Curado de um processo pulmonar pelo Conde Dr. Sebastião Des Guidi, introdutor da Homeopatia na França e discípulo de Samuel Hahnemann(o criador da homeopatia), prometera como gratidão à cura obtida ser um “fiel propagador da Homeopatia”. Mesmo tendo fracassado, o projeto da Colônia do Saí se ligou à história da Homeopatia no Brasil uma vez que neste local foram fundados o primeiro Instituto Homeopático e a primeira Escola Homeopática em nossa pátria.
Bento Mure partiu então para o Rio de Janeiro e dedicou-se à propagação da Homeopatia. Em 10 de dezembro de 1843, Bento Mure e Vicente José Lisboa fundaram o Instituto homeopático do Brasil, que veio a originar o Instituto Hahnemanniano do Brasil fundado a 2 de julho de 1859.
O Dr Bento Mure, após sofrer varias calúnias e perseguições e com a saúde abalada, se despediu do Brasil pelo Jornal do Comércio em 8 de abril de 1848. Antes de sua partida, O Instituto Homeopático do Brasil lhe conferiu o título de “Benemérito Fundador da Escola Homeopática”.
Assim, no dia 13 de abril, a bordo da barca francesa GIRANDE, o Dr. Bento Mure partiu do Brasil para não mais voltar.
O Dr. João Vicente Martins foi o continuador da obra de Bento Mure até que o gaúcho de Lavras do Sul, Licínio Athanásio Cardoso formado em medicina e radicado no Rio de Janeiro ocupasse lugar de destaque na divulgação da Homeopatia.
O Dr. Bento Mure regressou à França e foi convidado para fundar a Escola Homeopática do Egito. Foi para o Cairo e aí faleceu no dia 4 de março de 1850.
Para reverenciar sua memória como o Fundador da Homeopatia no Brasil , foi consagrado o dia vinte e um de novembro como o dia Nacional da Homeopatia, decisão tomada no sétimo Congresso Brasileiro de Homeopatia.
*Médica Homeopata
VINTE E UM DE NOVEMBRO – DIA DA HOMEOPATIA
Autoria do Dr. José Barros da Silva*
Vinte e Um de Novembro, uma data, mais um dia
Um registro importante na História da Homeopatia
É regada a semente já plantada, conhecida
Já trazida pelo vento que a verdade conduziu
Para dar frutos em nova terra, reflorescer no Brasil...
Vinte e Um de Novembro, chega alguém numa missão
Que não logra o seu intento. Seu nome é Julio e Bento
E faz eterno o momento, o instante que aqui passou
Pouco mais de sete anos, trabalhando sem cessar
Deixou seu nome pra sempre mesmo tendo que voltar...
Veio regar a semente, a notícia que corria
Do povo à boca pequena na difícil informação
Tão distante o Velho Mundo, falava-se das maravilhas
Dos feitos de um Samuel e o Brasil já percebia
Preparava o seu papel para receber a Homeopatia
Pouco após a Independência, outro método da Ciência
A governar a saúde, na luta pela existência...
E a Homeopatia raiava, já falada, comentada
Impedida, reprimida, criticada pra não “ser”
Pra sucumbir no descrédito mesmo antes de nascer
E talvez como castigo Emilio Jahn faz marcar
Ao defender uma tese, numa atitude antipática
Faz seu doutoramento na Doutrina Homeopática...
Eis a batalha travada: revistas, comentários, jornais
Os nomes de Duque Estrada e João Vicente Martins
E disputa-se em primasia a luta com os mesmos fins
Fala a história outros nomes: Drevon, Emilio Germon
Thomaz Cochrane,Souto Amaral, e a Vinte e Um de Novembro
Da Europa Meridional, chega alguém e marca uma data
Já vindo doutras andanças, dá vida, nova esperança
E recordando um compromisso pela cura conseguida
Quando salvou a própria vida, empregando a Homeopatia...
E foi todo reconhecido, cumprindo sua promessa
Foi glória da Homeopatia, suas virtudes exalta
E aqui recordou Paris, Palermo, Sicília e Malta
Fundador de Dispensários foi fiel propagador
Dela fez proselitismo, foi seu lídimo professor
Foi pioneiro no ensino, criando a primeira escola
O primeiro instituto, trabalhando sem igual
Uma importância grandiosa na instituição social.
Jules Benoit Müre. Para nós, tão simplesmente
Bento Müre, o introdutor, o pioneiro valente em missão especial
Um fundador de colônias de um projeto industrial
Em busca de nova terra, em Sahy faz seu quartel
E das margens do São Francisco faz brotar nova expressão
Na razão de sua vinda reencontra a Homeopatia
E de lá, de volta ao Rio, desfralda a sua bandeira
Cria escola, traça o rumo, lança a pedra pioneira
Desenvolve, dá início sem medir seu sacrifício
Não liga para os ataques, emprega toda energia
Dá combate até o fim, da luta jamais fugiu
E glorioso como um César: VINI, VIDI, VINCI, repetiu...
E foi embora pra sempre e ao sair profetizou
Seu nome ficou gravado e nunca mais foi esquecido
E mais de um século foi passado e recebe consagração
Num Congresso Brasileiro, no sétimo, foi aprovado
Numa atitude simpática da Liga Homeopática
Lá do Sul por onde andou, por proposta, em moção
Relembrando em gratidão, consagrando em grande dia
A data em que aqui chegou –
O Vinte e Um de Novembro O Dia da Homeopatia.
*O Prof. José Barros foi figura ativa no ensino e defesa da Homeopatia e membro do IHB. O estimado professor faleceu no dia 15 de maio de 2006
Fonte: IHB sala de Imprensa
sábado, 2 de março de 2013
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