sábado, 2 de março de 2013

21 de novembro - O dia da Homeopatia

O 21 DE NOVEMBRO - O DIA DA HOMEOPATIA


Glaci Mousquer Loureiro*

No dia 21 de novembro de 1840 a bordo da barca EOLE, chegou ao Rio de Janeiro Jules Benoit Mure, francês natural de Lyon que veio ao Brasil com o objetivo de fundar a Colônia Societária do Saí, à margem esquerda do Rio São Francisco numa península com o Rio Saí, entre o Paraná e Santa Catarina. Esse projeto , mesmo com o apoio do Imperador D. Pedro II, resultou em fracasso.

Bento Mure, como ficou conhecido no Brasil, era formado em medicina pela escola de Montpellier e tinha um passado ligado à Homeopatia. Curado de um processo pulmonar pelo Conde Dr. Sebastião Des Guidi, introdutor da Homeopatia na França e discípulo de Samuel Hahnemann(o criador da homeopatia), prometera como gratidão à cura obtida ser um “fiel propagador da Homeopatia”. Mesmo tendo fracassado, o projeto da Colônia do Saí se ligou à história da Homeopatia no Brasil uma vez que neste local foram fundados o primeiro Instituto Homeopático e a primeira Escola Homeopática em nossa pátria.

Bento Mure partiu então para o Rio de Janeiro e dedicou-se à propagação da Homeopatia. Em 10 de dezembro de 1843, Bento Mure e Vicente José Lisboa fundaram o Instituto homeopático do Brasil, que veio a originar o Instituto Hahnemanniano do Brasil fundado a 2 de julho de 1859.

O Dr Bento Mure, após sofrer varias calúnias e perseguições e com a saúde abalada, se despediu do Brasil pelo Jornal do Comércio em 8 de abril de 1848. Antes de sua partida, O Instituto Homeopático do Brasil lhe conferiu o título de “Benemérito Fundador da Escola Homeopática”.

Assim, no dia 13 de abril, a bordo da barca francesa GIRANDE, o Dr. Bento Mure partiu do Brasil para não mais voltar.

O Dr. João Vicente Martins foi o continuador da obra de Bento Mure até que o gaúcho de Lavras do Sul, Licínio Athanásio Cardoso formado em medicina e radicado no Rio de Janeiro ocupasse lugar de destaque na divulgação da Homeopatia.

O Dr. Bento Mure regressou à França e foi convidado para fundar a Escola Homeopática do Egito. Foi para o Cairo e aí faleceu no dia 4 de março de 1850.

Para reverenciar sua memória como o Fundador da Homeopatia no Brasil , foi consagrado o dia vinte e um de novembro como o dia Nacional da Homeopatia, decisão tomada no sétimo Congresso Brasileiro de Homeopatia.

*Médica Homeopata

VINTE E UM DE NOVEMBRO – DIA DA HOMEOPATIA

Autoria do Dr. José Barros da Silva*



Vinte e Um de Novembro, uma data, mais um dia

Um registro importante na História da Homeopatia

É regada a semente já plantada, conhecida

Já trazida pelo vento que a verdade conduziu

Para dar frutos em nova terra, reflorescer no Brasil...



Vinte e Um de Novembro, chega alguém numa missão

Que não logra o seu intento. Seu nome é Julio e Bento

E faz eterno o momento, o instante que aqui passou

Pouco mais de sete anos, trabalhando sem cessar

Deixou seu nome pra sempre mesmo tendo que voltar...



Veio regar a semente, a notícia que corria

Do povo à boca pequena na difícil informação

Tão distante o Velho Mundo, falava-se das maravilhas

Dos feitos de um Samuel e o Brasil já percebia

Preparava o seu papel para receber a Homeopatia

Pouco após a Independência, outro método da Ciência

A governar a saúde, na luta pela existência...



E a Homeopatia raiava, já falada, comentada

Impedida, reprimida, criticada pra não “ser”

Pra sucumbir no descrédito mesmo antes de nascer

E talvez como castigo Emilio Jahn faz marcar

Ao defender uma tese, numa atitude antipática

Faz seu doutoramento na Doutrina Homeopática...



Eis a batalha travada: revistas, comentários, jornais

Os nomes de Duque Estrada e João Vicente Martins

E disputa-se em primasia a luta com os mesmos fins

Fala a história outros nomes: Drevon, Emilio Germon

Thomaz Cochrane,Souto Amaral, e a Vinte e Um de Novembro

Da Europa Meridional, chega alguém e marca uma data

Já vindo doutras andanças, dá vida, nova esperança

E recordando um compromisso pela cura conseguida

Quando salvou a própria vida, empregando a Homeopatia...



E foi todo reconhecido, cumprindo sua promessa

Foi glória da Homeopatia, suas virtudes exalta

E aqui recordou Paris, Palermo, Sicília e Malta

Fundador de Dispensários foi fiel propagador

Dela fez proselitismo, foi seu lídimo professor

Foi pioneiro no ensino, criando a primeira escola

O primeiro instituto, trabalhando sem igual

Uma importância grandiosa na instituição social.



Jules Benoit Müre. Para nós, tão simplesmente

Bento Müre, o introdutor, o pioneiro valente em missão especial

Um fundador de colônias de um projeto industrial

Em busca de nova terra, em Sahy faz seu quartel

E das margens do São Francisco faz brotar nova expressão

Na razão de sua vinda reencontra a Homeopatia

E de lá, de volta ao Rio, desfralda a sua bandeira

Cria escola, traça o rumo, lança a pedra pioneira

Desenvolve, dá início sem medir seu sacrifício

Não liga para os ataques, emprega toda energia

Dá combate até o fim, da luta jamais fugiu

E glorioso como um César: VINI, VIDI, VINCI, repetiu...



E foi embora pra sempre e ao sair profetizou

Seu nome ficou gravado e nunca mais foi esquecido

E mais de um século foi passado e recebe consagração

Num Congresso Brasileiro, no sétimo, foi aprovado

Numa atitude simpática da Liga Homeopática

Lá do Sul por onde andou, por proposta, em moção

Relembrando em gratidão, consagrando em grande dia

A data em que aqui chegou –

O Vinte e Um de Novembro O Dia da Homeopatia.


*O Prof. José Barros foi figura ativa no ensino e defesa da Homeopatia e membro do IHB. O estimado professor faleceu no dia 15 de maio de 2006

Fonte: IHB sala de Imprensa



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