O 21 DE NOVEMBRO - O DIA DA HOMEOPATIA
Glaci Mousquer Loureiro*
No dia 21 de novembro de 1840 a bordo da barca EOLE, chegou ao Rio de Janeiro Jules Benoit Mure, francês natural de Lyon que veio ao Brasil com o objetivo de fundar a Colônia Societária do Saí, à margem esquerda do Rio São Francisco numa península com o Rio Saí, entre o Paraná e Santa Catarina. Esse projeto , mesmo com o apoio do Imperador D. Pedro II, resultou em fracasso.
Bento Mure, como ficou conhecido no Brasil, era formado em medicina pela escola de Montpellier e tinha um passado ligado à Homeopatia. Curado de um processo pulmonar pelo Conde Dr. Sebastião Des Guidi, introdutor da Homeopatia na França e discípulo de Samuel Hahnemann(o criador da homeopatia), prometera como gratidão à cura obtida ser um “fiel propagador da Homeopatia”. Mesmo tendo fracassado, o projeto da Colônia do Saí se ligou à história da Homeopatia no Brasil uma vez que neste local foram fundados o primeiro Instituto Homeopático e a primeira Escola Homeopática em nossa pátria.
Bento Mure partiu então para o Rio de Janeiro e dedicou-se à propagação da Homeopatia. Em 10 de dezembro de 1843, Bento Mure e Vicente José Lisboa fundaram o Instituto homeopático do Brasil, que veio a originar o Instituto Hahnemanniano do Brasil fundado a 2 de julho de 1859.
O Dr Bento Mure, após sofrer varias calúnias e perseguições e com a saúde abalada, se despediu do Brasil pelo Jornal do Comércio em 8 de abril de 1848. Antes de sua partida, O Instituto Homeopático do Brasil lhe conferiu o título de “Benemérito Fundador da Escola Homeopática”.
Assim, no dia 13 de abril, a bordo da barca francesa GIRANDE, o Dr. Bento Mure partiu do Brasil para não mais voltar.
O Dr. João Vicente Martins foi o continuador da obra de Bento Mure até que o gaúcho de Lavras do Sul, Licínio Athanásio Cardoso formado em medicina e radicado no Rio de Janeiro ocupasse lugar de destaque na divulgação da Homeopatia.
O Dr. Bento Mure regressou à França e foi convidado para fundar a Escola Homeopática do Egito. Foi para o Cairo e aí faleceu no dia 4 de março de 1850.
Para reverenciar sua memória como o Fundador da Homeopatia no Brasil , foi consagrado o dia vinte e um de novembro como o dia Nacional da Homeopatia, decisão tomada no sétimo Congresso Brasileiro de Homeopatia.
*Médica Homeopata
VINTE E UM DE NOVEMBRO – DIA DA HOMEOPATIA
Autoria do Dr. José Barros da Silva*
Vinte e Um de Novembro, uma data, mais um dia
Um registro importante na História da Homeopatia
É regada a semente já plantada, conhecida
Já trazida pelo vento que a verdade conduziu
Para dar frutos em nova terra, reflorescer no Brasil...
Vinte e Um de Novembro, chega alguém numa missão
Que não logra o seu intento. Seu nome é Julio e Bento
E faz eterno o momento, o instante que aqui passou
Pouco mais de sete anos, trabalhando sem cessar
Deixou seu nome pra sempre mesmo tendo que voltar...
Veio regar a semente, a notícia que corria
Do povo à boca pequena na difícil informação
Tão distante o Velho Mundo, falava-se das maravilhas
Dos feitos de um Samuel e o Brasil já percebia
Preparava o seu papel para receber a Homeopatia
Pouco após a Independência, outro método da Ciência
A governar a saúde, na luta pela existência...
E a Homeopatia raiava, já falada, comentada
Impedida, reprimida, criticada pra não “ser”
Pra sucumbir no descrédito mesmo antes de nascer
E talvez como castigo Emilio Jahn faz marcar
Ao defender uma tese, numa atitude antipática
Faz seu doutoramento na Doutrina Homeopática...
Eis a batalha travada: revistas, comentários, jornais
Os nomes de Duque Estrada e João Vicente Martins
E disputa-se em primasia a luta com os mesmos fins
Fala a história outros nomes: Drevon, Emilio Germon
Thomaz Cochrane,Souto Amaral, e a Vinte e Um de Novembro
Da Europa Meridional, chega alguém e marca uma data
Já vindo doutras andanças, dá vida, nova esperança
E recordando um compromisso pela cura conseguida
Quando salvou a própria vida, empregando a Homeopatia...
E foi todo reconhecido, cumprindo sua promessa
Foi glória da Homeopatia, suas virtudes exalta
E aqui recordou Paris, Palermo, Sicília e Malta
Fundador de Dispensários foi fiel propagador
Dela fez proselitismo, foi seu lídimo professor
Foi pioneiro no ensino, criando a primeira escola
O primeiro instituto, trabalhando sem igual
Uma importância grandiosa na instituição social.
Jules Benoit Müre. Para nós, tão simplesmente
Bento Müre, o introdutor, o pioneiro valente em missão especial
Um fundador de colônias de um projeto industrial
Em busca de nova terra, em Sahy faz seu quartel
E das margens do São Francisco faz brotar nova expressão
Na razão de sua vinda reencontra a Homeopatia
E de lá, de volta ao Rio, desfralda a sua bandeira
Cria escola, traça o rumo, lança a pedra pioneira
Desenvolve, dá início sem medir seu sacrifício
Não liga para os ataques, emprega toda energia
Dá combate até o fim, da luta jamais fugiu
E glorioso como um César: VINI, VIDI, VINCI, repetiu...
E foi embora pra sempre e ao sair profetizou
Seu nome ficou gravado e nunca mais foi esquecido
E mais de um século foi passado e recebe consagração
Num Congresso Brasileiro, no sétimo, foi aprovado
Numa atitude simpática da Liga Homeopática
Lá do Sul por onde andou, por proposta, em moção
Relembrando em gratidão, consagrando em grande dia
A data em que aqui chegou –
O Vinte e Um de Novembro O Dia da Homeopatia.
*O Prof. José Barros foi figura ativa no ensino e defesa da Homeopatia e membro do IHB. O estimado professor faleceu no dia 15 de maio de 2006
Fonte: IHB sala de Imprensa
sábado, 2 de março de 2013
Introdução da Homeopatia no Brasil
INTRODUÇÃO DA HOMEOPATIA NO BRASIL
"O fogo da propagação acaba de ser ateado entre nós de maneira a não se extinguir jamais, a brisa benéfica do céu terá força bastante para repelir o furacão impetuoso da perseguição, de dia em dia novas forças aumentarão as existentes, e esse fogo divino circulará todo o Império".
Benoit Mure. Inauguração do Instituto Homeopático do Brasil. 1844.
Citações da Tese de Galhardo apresentada no I Congresso de 1926. pg.271-1016.
PERÍODOS DESCRITOS
• 1818 a 1839: Primeiras notícias da Doutrina de Hahnemann no Brasil
• 1840 a 1854: Propaganda sistematizada. Benoit Mure e João Vicente Martins. Escola Homeopathica do Brasil.
• 1855 a 1878: Enfermarias homeopáticas. Mortalidade pelo cholera morbus.
• 1879 a 1911: Instituto Hahnemanniano do Brasil. Consultório homeopático da Santa Casa de Misericórdia.
• 1912: Período Áureo da Homeopathia no Brasil. Faculdade de Medicina Homeopática do Rio de Janeiro.
NOTAS
O conhecimento da Homeopatia no Brasil, data de 1818, ano em que o Dr. Antonio Ferreira França, professor da Escola Médico Cirúrgica da Bahia, manifestando-se contra a nascente doutrina médica, no seio de sua escola.
José Bonifácio de Andrada e Silva foi o primeiro brasileiro que se dedicou ao estudo da homeopatia, correspondendo-se com Hahnemann.
Em 1836 a "Revista de Medicina Fluminense", publicação da Academia Imperial de Medicina, redator Dr. Emílio da Silva Maia, transcreveu artigos sobre a Homeopatia.
Frederico Emilio Jahn, natural de Douane, cantão de Berne – Suíça, estudante de medicina na Universidade de Leipzig, transferiu-se para prosseguir estudos no Rio de Janeiro, diplomando-se em 1936. Apresentou sua tese, de 35 páginas com o título "Exposição da Doutrina Homeopática".
Ainda no ano de 1836 o Dr. Domingos de Azeredo Coutinho de Duque-Estrada iniciou seus conhecimentos sobre a Homeopatia. O Dr. Jahn lhe emprestou os primeiros livros.
Foi então o Dr. Duque-Estrada (1812-1900) o primeiro brasileiro a aplicar a homeopatia no Brasil, embora não lhe cabe o título de introdutor da Homeopatia no Brasil.
Em 1840, chega ao Rio de Janeiro a corveta Orientale, em uma viagem ao redor do mundo. Nessa ocasião João Vicente Martins, cirurgião português, posteriormente o melhor propagandista da Homeopatia, teve oportunidade de estudar praticamente a homeopatia. O Dr. Thomaz, médico do navio, pôs à disposição de João Vicente remédios homeopáticos para que tratasse de alguns doentes.
Neste primeiro período a Homeopatia não despertara o interesse do povo, embora Duque-Estrada e Emílio Germon, tivessem curas notáveis com a Homeopatia.
Em 21 de novembro de 1840, chegou ao Rio de Janeiro, a bordo da barca Francesa Eole, Benoit Jules Mure (Bento Mure), nascido em Lyon – França, no dia 4 de maio de 1809. Realizara uma propaganda da Homeopatia na Europa Meriodinal; fundador do dispensário homeopático de Palermo – Itália; do dispensário La Harpe em Paris; propagador da Homeopatia na Sicília e em Malta. Tudo isto pelo reconhecimento de ter sido curado, pela Homeopatia, pelo Dr. Sebastião des Guidi, discípulo de Hahnemann e introdutor da Homeopatia na França.
Bento Mure veio ao Brasil com a finalidade de fundar uma colônia societária, segundo as idéias socialistas. Era representante da Union Industrielle de Paris. Escolheu o terreno em Santa Catarina.
Nos poucos dias que permaneceu no Rio de Janeiro, antes de partir para Santa Catarina para escolher o terreno para a colônia do Saí, Mure fez propaganda da Homeopatia e visitou doentes pobres na companhia do dr. A. J. Souto Amaral, cirurgião brasileiro.
No dia 10 de dezembro de 1843 Bento Mure e Vicente José Lisboa criaram o Instituto Homeopático do Brasil. "Nós e quem por convite nosso se nos unir constituir-nos-emos em sociedade denominada Instituto Homeopático do Brasil, a fim de propagar a Homeopatia em proveito das classes pobres. Os meios de ensino, as publicações, as experiências e a prática dessa ciência, a preparação dos medicamentos e as experiências no homem são".
Neste mesmo dia foi aberto o primeiro consultório homeopático no Rio de Janeiro, à rua São José 59.
O Instituto foi inaugurado em sessão solene às 11horas da manhã do dia 10 de março de 1844.
"O fogo da propagação acaba de ser ateado entre nós de maneira a não se extinguir jamais, a brisa benéfica do céu terá força bastante para repelir o furacão impetuoso da perseguição, de dia em dia novas forças aumentarão as existentes, e esse fogo divino circulará todo o Império".
Palavras de Benoit Mure.
Saturnino Meirelles. Joaquim Murtinho. João Vicente Martins. Licínio Cardoso.
No dia 13 de abril de 1848 Benoit Mure retorna à Europa a bordo da barca francesa – Girande. Partiu para não mais voltar, deixando vago um cargo que somente 64 anos depois, em 1912, foi integralmente preenchido pelo Dr. Licínio Cardoso, depois dos trabalhos preparatórios de Saturnino Meirelles e Joaquim Murtinho. Entre Mure e Licínio encontra-se João Vicente Martins.
HISTÓRIA POLÍTICO-INSTITUCIONAL DA HOMEOPATIA NO BRASIL (1840-1990)
• LUZ, Madel T. A arte de curar versus a ciência das doenças. Dynamis editora. 1996.
Madel Luz descreve as seguintes etapas:
1 - IMPLANTAÇÃO: 1840-1859
1810: José Bonifácio - correspondência com Hahnemann.
1837: Duque Estrada aprendeu homeopatia com Frederik E. Jahn.
1840: Benoit Mure - Instituto Homeopático do Brasil (1845) RJ.
1859: Instituto Hahnemanniano do Brasil. X Academia Médico Homeopática Fluminense. Duque Estrada.
CAMPOS DE LUTA
1. Produção do saber homeopático nos Institutos.
2. Criação de ambulatórios ou clínicas homeopáticas.
3. Propaganda na imprensa, farmácia e diversas classes sociais.
4. Alianças políticas.
RESPOSTAS INSTITUCIONAIS DA MEDICINA CONTRA A HOMEOPATIA
• Embates verbais agressivos entre os Institutos homeopáticos e a Academia Imperial de Medicina e a Faculdade de Medicina
1. Bloqueio às tentativas de oficialização do ensino da homeopatia.
2. Impedimento da prática da homeopatia.
• A homeopatia, no entanto, alcança sua legitimação embora não sua legalização.
2 - EXPANSÃO E RESISTÊNCIA: 1860-1882
• Aceitação popular da homeopatia e interiorização.
• 1880: Instituto Hahnemanniano do Brasil.
• 1880: International Hahnemannian Association. Nos EUA.
• A estratégia de institucionalização, para os novos dirigentes do IHB, passa pela introdução de cadeiras homeopáticas na Faculdade de Medicina e não pela fundação de uma Escola homeopática.
• Consultórios gratuitos para a população pobre.
• As divergências internas persistem: ortodoxos x ecléticos. Unicistas x pluralistas.
• A influência do Espiritismo (segundo período desta fase).
3 - RESISTÊNCIA: 1882-1900
• 1882: derrota no Congresso da permissão do ensino da homeopatia nas escolas de medicina.
• Fechamento do IHB que só voltará a funcionar em 1900.
• Estatísticas favoráveis nas clínicas homeopáticas.
4 - PERÍODO ÁUREO: 1900-1930
• Grande expansão popular da homeopatia no Brasil, sobretudo nos centros urbanos.
• Oficialização do ensino médico homeopático: duas faculdades de medicina de homeopatia, uma no Rio de janeiro e outra no Rio Grande do Sul. Criação do Hospital Homeopático (ligado ao ensino da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro). Criação de Ligas de Homeopatia em vários estados do país.
• 1926: Primeiro Congresso Brasileiro de Homeopatia. Rio de janeiro.
REAÇÕES DA MEDICINA INSTITUCIONAL
• Oswaldo Cruz, Carlos Chagas Versus Licínio Cardoso, Dias da Cruz e Murtinho Nobre.
FARMÁCIA DO INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL & MEMBROS DO IHB EM 1926
5 - DECLÍNIO ACADÊMICO: 1930-1970
• Paralelamente a um grande silêncio da medicina institucional sobre a homeopatia (e também silêncio dos homeopatas), ocorre um reconhecimento oficial pelos poderes públicos.
• Federação Brasileira de Homeopatia. Dr. Amaro Azevedo. Programa de rádio na década de 30.
• Nos centros espíritas e terreiros de Umbanda é a terapêutica dominante.
• A contribuição dos militares homeopatas.
6 - RETOMADA SOCIAL: 1970-1990
• A homeopatia como terapêutica alternativa em face da crise do modelo médico dominante, tecnológica, mercantilizada e marcada por terapêuticas invasivas e iatrogênicas.
• 1976(?). Influência do Dr. Francisco Xavier Eizayaga. Na Associação Paulista de Homeopatia.
• Influência da Escola Argentina de Tomas Pablo Paschero.
• Curso do prof. Gamarra na Associação Homeopática do Paraná.
• Influência de Alfonso Masi Elizalde na formação dos Homeopatas do Rio de Janeiro e São Paulo.
• Cursos de Formação de Especialistas em Homeopatia: Associação Médica Homeopática do Paraná. IHB. APH. Grupo James Tyler Kent no RJ. GEHSH. Instituto Carlos Chagas. SOHERJ. Santa Casa de Misericórdia.
• 1980: reconhecimento da Homeopatia como Especialidade Médica, no CFM.
• Grupos de Estudos Homeopáticos independentes.
• 1985: Homeopatia na rede pública do INAMPS.
• 1988: XIX Congresso Brasileiro de Homeopatia - Gramado RS.
7 - PERÍODO ATUAL: 1990-2003
• Associação Médica Homeopática Brasileira. AMHB.
• 1989: Assento no Conselho de Especialidades da AMB.
• 1990: Primeira Prova para o Título de Especialista em Homeopatia.convênio: AMHB-AMB-CFM.
• O papel institucional da AMHB, das Comissões e das Federadas.
• Os cursos de preparação para a Prova de Título de Especialista.
• Conselho de Entidades Formadoras da AMHB.
"O fogo da propagação acaba de ser ateado entre nós de maneira a não se extinguir jamais, a brisa benéfica do céu terá força bastante para repelir o furacão impetuoso da perseguição, de dia em dia novas forças aumentarão as existentes, e esse fogo divino circulará todo o Império".
Benoit Mure. Inauguração do Instituto Homeopático do Brasil. 1844.
Citações da Tese de Galhardo apresentada no I Congresso de 1926. pg.271-1016.
PERÍODOS DESCRITOS
• 1818 a 1839: Primeiras notícias da Doutrina de Hahnemann no Brasil
• 1840 a 1854: Propaganda sistematizada. Benoit Mure e João Vicente Martins. Escola Homeopathica do Brasil.
• 1855 a 1878: Enfermarias homeopáticas. Mortalidade pelo cholera morbus.
• 1879 a 1911: Instituto Hahnemanniano do Brasil. Consultório homeopático da Santa Casa de Misericórdia.
• 1912: Período Áureo da Homeopathia no Brasil. Faculdade de Medicina Homeopática do Rio de Janeiro.
NOTAS
O conhecimento da Homeopatia no Brasil, data de 1818, ano em que o Dr. Antonio Ferreira França, professor da Escola Médico Cirúrgica da Bahia, manifestando-se contra a nascente doutrina médica, no seio de sua escola.
José Bonifácio de Andrada e Silva foi o primeiro brasileiro que se dedicou ao estudo da homeopatia, correspondendo-se com Hahnemann.
Em 1836 a "Revista de Medicina Fluminense", publicação da Academia Imperial de Medicina, redator Dr. Emílio da Silva Maia, transcreveu artigos sobre a Homeopatia.
Frederico Emilio Jahn, natural de Douane, cantão de Berne – Suíça, estudante de medicina na Universidade de Leipzig, transferiu-se para prosseguir estudos no Rio de Janeiro, diplomando-se em 1936. Apresentou sua tese, de 35 páginas com o título "Exposição da Doutrina Homeopática".
Ainda no ano de 1836 o Dr. Domingos de Azeredo Coutinho de Duque-Estrada iniciou seus conhecimentos sobre a Homeopatia. O Dr. Jahn lhe emprestou os primeiros livros.
Foi então o Dr. Duque-Estrada (1812-1900) o primeiro brasileiro a aplicar a homeopatia no Brasil, embora não lhe cabe o título de introdutor da Homeopatia no Brasil.
Em 1840, chega ao Rio de Janeiro a corveta Orientale, em uma viagem ao redor do mundo. Nessa ocasião João Vicente Martins, cirurgião português, posteriormente o melhor propagandista da Homeopatia, teve oportunidade de estudar praticamente a homeopatia. O Dr. Thomaz, médico do navio, pôs à disposição de João Vicente remédios homeopáticos para que tratasse de alguns doentes.
Neste primeiro período a Homeopatia não despertara o interesse do povo, embora Duque-Estrada e Emílio Germon, tivessem curas notáveis com a Homeopatia.
Em 21 de novembro de 1840, chegou ao Rio de Janeiro, a bordo da barca Francesa Eole, Benoit Jules Mure (Bento Mure), nascido em Lyon – França, no dia 4 de maio de 1809. Realizara uma propaganda da Homeopatia na Europa Meriodinal; fundador do dispensário homeopático de Palermo – Itália; do dispensário La Harpe em Paris; propagador da Homeopatia na Sicília e em Malta. Tudo isto pelo reconhecimento de ter sido curado, pela Homeopatia, pelo Dr. Sebastião des Guidi, discípulo de Hahnemann e introdutor da Homeopatia na França.
Bento Mure veio ao Brasil com a finalidade de fundar uma colônia societária, segundo as idéias socialistas. Era representante da Union Industrielle de Paris. Escolheu o terreno em Santa Catarina.
Nos poucos dias que permaneceu no Rio de Janeiro, antes de partir para Santa Catarina para escolher o terreno para a colônia do Saí, Mure fez propaganda da Homeopatia e visitou doentes pobres na companhia do dr. A. J. Souto Amaral, cirurgião brasileiro.
No dia 10 de dezembro de 1843 Bento Mure e Vicente José Lisboa criaram o Instituto Homeopático do Brasil. "Nós e quem por convite nosso se nos unir constituir-nos-emos em sociedade denominada Instituto Homeopático do Brasil, a fim de propagar a Homeopatia em proveito das classes pobres. Os meios de ensino, as publicações, as experiências e a prática dessa ciência, a preparação dos medicamentos e as experiências no homem são".
Neste mesmo dia foi aberto o primeiro consultório homeopático no Rio de Janeiro, à rua São José 59.
O Instituto foi inaugurado em sessão solene às 11horas da manhã do dia 10 de março de 1844.
"O fogo da propagação acaba de ser ateado entre nós de maneira a não se extinguir jamais, a brisa benéfica do céu terá força bastante para repelir o furacão impetuoso da perseguição, de dia em dia novas forças aumentarão as existentes, e esse fogo divino circulará todo o Império".
Palavras de Benoit Mure.
Saturnino Meirelles. Joaquim Murtinho. João Vicente Martins. Licínio Cardoso.
No dia 13 de abril de 1848 Benoit Mure retorna à Europa a bordo da barca francesa – Girande. Partiu para não mais voltar, deixando vago um cargo que somente 64 anos depois, em 1912, foi integralmente preenchido pelo Dr. Licínio Cardoso, depois dos trabalhos preparatórios de Saturnino Meirelles e Joaquim Murtinho. Entre Mure e Licínio encontra-se João Vicente Martins.
HISTÓRIA POLÍTICO-INSTITUCIONAL DA HOMEOPATIA NO BRASIL (1840-1990)
• LUZ, Madel T. A arte de curar versus a ciência das doenças. Dynamis editora. 1996.
Madel Luz descreve as seguintes etapas:
1 - IMPLANTAÇÃO: 1840-1859
1810: José Bonifácio - correspondência com Hahnemann.
1837: Duque Estrada aprendeu homeopatia com Frederik E. Jahn.
1840: Benoit Mure - Instituto Homeopático do Brasil (1845) RJ.
1859: Instituto Hahnemanniano do Brasil. X Academia Médico Homeopática Fluminense. Duque Estrada.
CAMPOS DE LUTA
1. Produção do saber homeopático nos Institutos.
2. Criação de ambulatórios ou clínicas homeopáticas.
3. Propaganda na imprensa, farmácia e diversas classes sociais.
4. Alianças políticas.
RESPOSTAS INSTITUCIONAIS DA MEDICINA CONTRA A HOMEOPATIA
• Embates verbais agressivos entre os Institutos homeopáticos e a Academia Imperial de Medicina e a Faculdade de Medicina
1. Bloqueio às tentativas de oficialização do ensino da homeopatia.
2. Impedimento da prática da homeopatia.
• A homeopatia, no entanto, alcança sua legitimação embora não sua legalização.
2 - EXPANSÃO E RESISTÊNCIA: 1860-1882
• Aceitação popular da homeopatia e interiorização.
• 1880: Instituto Hahnemanniano do Brasil.
• 1880: International Hahnemannian Association. Nos EUA.
• A estratégia de institucionalização, para os novos dirigentes do IHB, passa pela introdução de cadeiras homeopáticas na Faculdade de Medicina e não pela fundação de uma Escola homeopática.
• Consultórios gratuitos para a população pobre.
• As divergências internas persistem: ortodoxos x ecléticos. Unicistas x pluralistas.
• A influência do Espiritismo (segundo período desta fase).
3 - RESISTÊNCIA: 1882-1900
• 1882: derrota no Congresso da permissão do ensino da homeopatia nas escolas de medicina.
• Fechamento do IHB que só voltará a funcionar em 1900.
• Estatísticas favoráveis nas clínicas homeopáticas.
4 - PERÍODO ÁUREO: 1900-1930
• Grande expansão popular da homeopatia no Brasil, sobretudo nos centros urbanos.
• Oficialização do ensino médico homeopático: duas faculdades de medicina de homeopatia, uma no Rio de janeiro e outra no Rio Grande do Sul. Criação do Hospital Homeopático (ligado ao ensino da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro). Criação de Ligas de Homeopatia em vários estados do país.
• 1926: Primeiro Congresso Brasileiro de Homeopatia. Rio de janeiro.
REAÇÕES DA MEDICINA INSTITUCIONAL
• Oswaldo Cruz, Carlos Chagas Versus Licínio Cardoso, Dias da Cruz e Murtinho Nobre.
FARMÁCIA DO INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL & MEMBROS DO IHB EM 1926
5 - DECLÍNIO ACADÊMICO: 1930-1970
• Paralelamente a um grande silêncio da medicina institucional sobre a homeopatia (e também silêncio dos homeopatas), ocorre um reconhecimento oficial pelos poderes públicos.
• Federação Brasileira de Homeopatia. Dr. Amaro Azevedo. Programa de rádio na década de 30.
• Nos centros espíritas e terreiros de Umbanda é a terapêutica dominante.
• A contribuição dos militares homeopatas.
6 - RETOMADA SOCIAL: 1970-1990
• A homeopatia como terapêutica alternativa em face da crise do modelo médico dominante, tecnológica, mercantilizada e marcada por terapêuticas invasivas e iatrogênicas.
• 1976(?). Influência do Dr. Francisco Xavier Eizayaga. Na Associação Paulista de Homeopatia.
• Influência da Escola Argentina de Tomas Pablo Paschero.
• Curso do prof. Gamarra na Associação Homeopática do Paraná.
• Influência de Alfonso Masi Elizalde na formação dos Homeopatas do Rio de Janeiro e São Paulo.
• Cursos de Formação de Especialistas em Homeopatia: Associação Médica Homeopática do Paraná. IHB. APH. Grupo James Tyler Kent no RJ. GEHSH. Instituto Carlos Chagas. SOHERJ. Santa Casa de Misericórdia.
• 1980: reconhecimento da Homeopatia como Especialidade Médica, no CFM.
• Grupos de Estudos Homeopáticos independentes.
• 1985: Homeopatia na rede pública do INAMPS.
• 1988: XIX Congresso Brasileiro de Homeopatia - Gramado RS.
7 - PERÍODO ATUAL: 1990-2003
• Associação Médica Homeopática Brasileira. AMHB.
• 1989: Assento no Conselho de Especialidades da AMB.
• 1990: Primeira Prova para o Título de Especialista em Homeopatia.convênio: AMHB-AMB-CFM.
• O papel institucional da AMHB, das Comissões e das Federadas.
• Os cursos de preparação para a Prova de Título de Especialista.
• Conselho de Entidades Formadoras da AMHB.
A Homeopatia moderna no Brasil -
HOMEOPATIA NA MODERNIDADE
O RENASCIMENTO da homeopatia data do início do século XX, sendo de uma maneira mais pronunciada a partir dos fins década de 70, com uma insatisfação crescente de diversas camadas da população com a forma de atenção médica oferecida pela medicina dita "oficial".
A RELAÇÃO COM A HOMEOPATIA ARGENTINA
Desde a década de 50 que a Argentina se mostrou um terreno fértil para a homeopatia, com muitos mestres se destacando desde aquela época: Paschero, Masi Elizalde, Eizayaga, Schafer e muitos outros.
Esta proximidade territorial fez com que os primeiros brasileiros que se interessavam pela homeopatia fossem buscar de uma fonte sólida os conceitos e aprendizado de uma homeopatia fiel aos ensinamentos básicos do mestre Hahnemann.
Com o passar do tempo, a homeopatia brasileira foi se fortalecendo, graças ao pionerismo, coragem e ousadia dos homeopatas da década de 70, que souberam, abnegados de si, transmitir e ensinar os ensinamentos básicos do Organon e prática homeopática hahnemanniana.
O Brasil também mantém boas relações com a homeopatia mexicana, outro país que tem a homeopatia bem desenvolvida e estruturada.
RECONHECIMENTO como ESPECIALIDADE MÉDICA - 1979
Foi um marco! O primeiro país do mundo a ter a homeopatia reconhecida por uma entidade médica nacional (Associação Médica Brasileira) como uma especialidade médica . Na verdade isto somente veio a estabelecer o que na prática já vinha acontecendo, um reconhecimento cada vez maior da população da terapêutica homeopática, uma crescente busca por tratamentos homeopáticos, principalmente porque a alopatia além de não satisfazer, não alcançava os resultados a que se propunha. Os colegas alopatas tiveram, depois disto, engolir esta vitória da homeopatia.
FUNDAÇÃO da ASSOCIAÇÃO MÉDICA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA - 1979 (AMHB), filiada à AMB - Associação Médica Brasileira. Isto aconteceu logo depois do reconhecimento como especialidade médica. Nos primeiros 10 anos teve dificuldade de se atuar como instituição pois as associações estaduais não tinham a organização e articulação políticas necessárias para fazê-la funcionar, além da tradição da divisão entre os homeopatas e da discussão entre os unicistas e os pluraristas. Com o tempo os homeopatas foram amadurecendo nestas questões.
O Conselho Federal de Medicina (Órgão supervisor do desempenho da prática médica), em 1980 o inclui no rol de suas especialidades.
No Congresso Brasileiro de Homeopatia de 1988 em Gramado, Rio Grande do Sul, finalmente a AMHB saiu do papel e passou a ter força, saindo deste Congresso com uma diretoria que passou a colocar em prática todos os objetivos de uma associação nacional de médicos homeopatas. Tinha 5 vice-presidências, segundo as 5 regiões do Brasil.
A AMHB foi regenciando e direcionando a formação dos homeopatas
A AMHB entrou no Conselho de Especialidades da AMB desde 1990 e instituiu neste ano o convênio para o concurso ao TITULO de ESPECIALISTA (somente para médicos), com o respaldo da AMB e CFM (Conselho Federal de Medicina), e as associadas de cada Estado. Desde esta época o pleiteante ao título de especialista em homeopatia tem que ter um curso de no mínimo 1200 h, teórico prático com monografia ao final. Até 1990 a exigência era de somente 450 h. Com isto deixa de ser uma terapêutica alternativa para se transformar em uma especialidade médica! Atualmente a taxa de aprovação do concurso é de 50%.
A AMHB com uma maior exigência de formação, passou para 3 anos de curso e 1200 h além de uma monografia ao término do curso, de uma certa maneira, "peneirou" aqueles que vinham somente por curiosidade separando-os daqueles que realmente queriam aprender uma nova terapêutica. Antigamente os cursos eram mais informativos (alguns deformativos) agora são formativos Isto alavancou a homeopatia no Brasil. Propiciou que surgissem novos e grandes médicos, com exercício da medicina reconhecido pelos paciente, colegas alopatas e outros homeopatas. Algumas universidades brasileiras possuem seus departamentos de homeopatia como é o caso da Universidade Federal de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, tendo como responsável o Dr. Flávio Dantas.
Em 1986 a VIII Conferência Nacional de Saúde recomendam a introdução das práticas alternativas na rede pública (incluindo acupuntura). Publicada em 08/03/1988 a resolução 04/88 da CIPLAN (Ministérios da Saúde, Educação, Previdência, Trabalho e Planejamento) fixando as diretrizes para a implantação de algumas terapias alternativas na rede pública entre elas a homeopatia.
Com a criação , em 1988, do Sistema Único de Saúde, os municípios passaram a ter maior autonomia para execução dos serviços de saúde. Atualmente se está por pouco para realmente expandir-se o atendimento da homeopatia, que deixaria de ser uma opção de uma elite social e intelectual para ser utilizada pela população.
AS ASSOCIAÇÕES ESTADUAIS e a FARMÁCIA
Hoje em dia temos associações em praticamente todos os estados brasileiros. A AMHB é uma entidade de entidades. A que possui maior número de afiliados á a Associação Paulista de Homeopatia (APH) do Estado de São Paulo.
Existe também a Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas Homeopatas com algumas regionais. Estes possuem seus cursos de formação e o último congresso que organizaram tiveram a participação de 400 dentistas interessados em homeopatia. O próximo congresso será o "4° Congresso Brasileiro de Homeopatia em Odontologia" ABCDH, em 26 de abril a 01 de Maio - Rio de Janeiro - RJ (Informações com Mario Sergio Giogi: msgiorgi@abcdh.org.br)
Neste contexto de fortalecimento da homeopatia, é bom lembrar a atuação de nossos colegas mais próximos: os farmacêuticos homeopatas, que desde os meados dos anos 80 tem formado cada vez mais especialistas.
A ação da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH) tem sido muito importante na padronização das medicações. Supervisão de preparação, fonte das tinturas, modo de aviação, etc.
Nos últimos 10 anos, tivemos também a estruturação do título de especialista em farmácia homeopática. A ABFH também foi responsável pela confecção do MANUAL DE NORMAS TÉCNICAS em farmácia homeopática.
Aqui os medicamentos são feitos na hora. Cada cidade tem suas várias farmácias, que aviam os medicamentos homeopáticos nas suas diferentes dinamizações. Todas as escalas são permitidas e todas as dinamizações
Temos, a mais utilizada a centesimal hahnemanniana. Temos também as altas potências em método Korsakov, particularmente a partir de 200, embora algumas farmácias ofereçam dinamizações até 2500 feitas de forma hahnemanniana. É possível conseguir também a dinamizações decimais.
A AMHB tem organizado congressos nacionais cada 2 anos.
A AMHB tem seu site http://www.amhb.org.br. Cada federada tem a sua, como a nossa associação APH = http://www.aph.org.br
Hahnemann definiu a homeopatia como um dos principais métodos de cura no Organon parágrafo 52. No parágrafo 33 enfatiza a ação PREVENTIVA do medicamento homeopático. Se pudermos levar esta opção para cada vez maior número de pessoas, com um atendimento de qualidade, melhorando a qualidade de vida das pessoas, desta maneira estaremos cumprindo o aforisma básico que todo homeopata persegue, ajudar as pessoas a cumprirem os elevados fins da existência humana. Que Deus no ajude!
Dr Matheus Marin
Médico homeopata, ex-presidente da AMHB e atual coordenador da Comissão de experimentação e pesquisa da AMHB.
O RENASCIMENTO da homeopatia data do início do século XX, sendo de uma maneira mais pronunciada a partir dos fins década de 70, com uma insatisfação crescente de diversas camadas da população com a forma de atenção médica oferecida pela medicina dita "oficial".
A RELAÇÃO COM A HOMEOPATIA ARGENTINA
Desde a década de 50 que a Argentina se mostrou um terreno fértil para a homeopatia, com muitos mestres se destacando desde aquela época: Paschero, Masi Elizalde, Eizayaga, Schafer e muitos outros.
Esta proximidade territorial fez com que os primeiros brasileiros que se interessavam pela homeopatia fossem buscar de uma fonte sólida os conceitos e aprendizado de uma homeopatia fiel aos ensinamentos básicos do mestre Hahnemann.
Com o passar do tempo, a homeopatia brasileira foi se fortalecendo, graças ao pionerismo, coragem e ousadia dos homeopatas da década de 70, que souberam, abnegados de si, transmitir e ensinar os ensinamentos básicos do Organon e prática homeopática hahnemanniana.
O Brasil também mantém boas relações com a homeopatia mexicana, outro país que tem a homeopatia bem desenvolvida e estruturada.
RECONHECIMENTO como ESPECIALIDADE MÉDICA - 1979
Foi um marco! O primeiro país do mundo a ter a homeopatia reconhecida por uma entidade médica nacional (Associação Médica Brasileira) como uma especialidade médica . Na verdade isto somente veio a estabelecer o que na prática já vinha acontecendo, um reconhecimento cada vez maior da população da terapêutica homeopática, uma crescente busca por tratamentos homeopáticos, principalmente porque a alopatia além de não satisfazer, não alcançava os resultados a que se propunha. Os colegas alopatas tiveram, depois disto, engolir esta vitória da homeopatia.
FUNDAÇÃO da ASSOCIAÇÃO MÉDICA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA - 1979 (AMHB), filiada à AMB - Associação Médica Brasileira. Isto aconteceu logo depois do reconhecimento como especialidade médica. Nos primeiros 10 anos teve dificuldade de se atuar como instituição pois as associações estaduais não tinham a organização e articulação políticas necessárias para fazê-la funcionar, além da tradição da divisão entre os homeopatas e da discussão entre os unicistas e os pluraristas. Com o tempo os homeopatas foram amadurecendo nestas questões.
O Conselho Federal de Medicina (Órgão supervisor do desempenho da prática médica), em 1980 o inclui no rol de suas especialidades.
No Congresso Brasileiro de Homeopatia de 1988 em Gramado, Rio Grande do Sul, finalmente a AMHB saiu do papel e passou a ter força, saindo deste Congresso com uma diretoria que passou a colocar em prática todos os objetivos de uma associação nacional de médicos homeopatas. Tinha 5 vice-presidências, segundo as 5 regiões do Brasil.
A AMHB foi regenciando e direcionando a formação dos homeopatas
A AMHB entrou no Conselho de Especialidades da AMB desde 1990 e instituiu neste ano o convênio para o concurso ao TITULO de ESPECIALISTA (somente para médicos), com o respaldo da AMB e CFM (Conselho Federal de Medicina), e as associadas de cada Estado. Desde esta época o pleiteante ao título de especialista em homeopatia tem que ter um curso de no mínimo 1200 h, teórico prático com monografia ao final. Até 1990 a exigência era de somente 450 h. Com isto deixa de ser uma terapêutica alternativa para se transformar em uma especialidade médica! Atualmente a taxa de aprovação do concurso é de 50%.
A AMHB com uma maior exigência de formação, passou para 3 anos de curso e 1200 h além de uma monografia ao término do curso, de uma certa maneira, "peneirou" aqueles que vinham somente por curiosidade separando-os daqueles que realmente queriam aprender uma nova terapêutica. Antigamente os cursos eram mais informativos (alguns deformativos) agora são formativos Isto alavancou a homeopatia no Brasil. Propiciou que surgissem novos e grandes médicos, com exercício da medicina reconhecido pelos paciente, colegas alopatas e outros homeopatas. Algumas universidades brasileiras possuem seus departamentos de homeopatia como é o caso da Universidade Federal de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, tendo como responsável o Dr. Flávio Dantas.
Em 1986 a VIII Conferência Nacional de Saúde recomendam a introdução das práticas alternativas na rede pública (incluindo acupuntura). Publicada em 08/03/1988 a resolução 04/88 da CIPLAN (Ministérios da Saúde, Educação, Previdência, Trabalho e Planejamento) fixando as diretrizes para a implantação de algumas terapias alternativas na rede pública entre elas a homeopatia.
Com a criação , em 1988, do Sistema Único de Saúde, os municípios passaram a ter maior autonomia para execução dos serviços de saúde. Atualmente se está por pouco para realmente expandir-se o atendimento da homeopatia, que deixaria de ser uma opção de uma elite social e intelectual para ser utilizada pela população.
AS ASSOCIAÇÕES ESTADUAIS e a FARMÁCIA
Hoje em dia temos associações em praticamente todos os estados brasileiros. A AMHB é uma entidade de entidades. A que possui maior número de afiliados á a Associação Paulista de Homeopatia (APH) do Estado de São Paulo.
Existe também a Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas Homeopatas com algumas regionais. Estes possuem seus cursos de formação e o último congresso que organizaram tiveram a participação de 400 dentistas interessados em homeopatia. O próximo congresso será o "4° Congresso Brasileiro de Homeopatia em Odontologia" ABCDH, em 26 de abril a 01 de Maio - Rio de Janeiro - RJ (Informações com Mario Sergio Giogi: msgiorgi@abcdh.org.br)
Neste contexto de fortalecimento da homeopatia, é bom lembrar a atuação de nossos colegas mais próximos: os farmacêuticos homeopatas, que desde os meados dos anos 80 tem formado cada vez mais especialistas.
A ação da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH) tem sido muito importante na padronização das medicações. Supervisão de preparação, fonte das tinturas, modo de aviação, etc.
Nos últimos 10 anos, tivemos também a estruturação do título de especialista em farmácia homeopática. A ABFH também foi responsável pela confecção do MANUAL DE NORMAS TÉCNICAS em farmácia homeopática.
Aqui os medicamentos são feitos na hora. Cada cidade tem suas várias farmácias, que aviam os medicamentos homeopáticos nas suas diferentes dinamizações. Todas as escalas são permitidas e todas as dinamizações
Temos, a mais utilizada a centesimal hahnemanniana. Temos também as altas potências em método Korsakov, particularmente a partir de 200, embora algumas farmácias ofereçam dinamizações até 2500 feitas de forma hahnemanniana. É possível conseguir também a dinamizações decimais.
A AMHB tem organizado congressos nacionais cada 2 anos.
A AMHB tem seu site http://www.amhb.org.br. Cada federada tem a sua, como a nossa associação APH = http://www.aph.org.br
Hahnemann definiu a homeopatia como um dos principais métodos de cura no Organon parágrafo 52. No parágrafo 33 enfatiza a ação PREVENTIVA do medicamento homeopático. Se pudermos levar esta opção para cada vez maior número de pessoas, com um atendimento de qualidade, melhorando a qualidade de vida das pessoas, desta maneira estaremos cumprindo o aforisma básico que todo homeopata persegue, ajudar as pessoas a cumprirem os elevados fins da existência humana. Que Deus no ajude!
Dr Matheus Marin
Médico homeopata, ex-presidente da AMHB e atual coordenador da Comissão de experimentação e pesquisa da AMHB.
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