OS PRINCÍPIOS HIPOCRÁTICOS. - Quatro séculos antes de Cristo, a Grécia domina o mundo antigo por sua cultura e sua glória.A política, as artes e a filosofia estão no seu apogeu. É a época em que vemos Sócrates, Hipócrates e Platão porem à prova, em seus famosoa encontros, suas idéias e seus juízos.
A medicina não pode escapar a êsse formidável movimento espiritual. Coube a Hipócrates, retomando as idéias médicas de sua época e conciliando-as com as concepções já antigas da Babilônia e do Egito, estabelecer os príncipios imortais de seu método.
Descendendo de Esculápio, deus da medicina, Hipócrates, neto de reis (460-350 a. C.), liberta a medicina da casta sacerdotal, que escapa então de seus neófitos, abandona os palácios e os templos para se espalhar pelo mundo. É o gesto de um gênio que modifica profundamente a medicina, pois ela deixou de ser uma religião e uma magia: o estudo do homem torna-se seu verdadeiro objetivo.
Por métodos empíricos admiráveis, Hipócrates levou sua observação e sua análise até a síntese da medicina numa concepção original da unidade do homem na qual, sem dúvida, não foram indiferentes seus contatos com Platão.
Essa unidade do homem é uma unidade vital, clínica e terapêutica.
a) Unidade Vital - O doente é inseparável de seu meio fisiológico e cósmico. Sofre influências metereológicas, climáticas, raciais, sociais, afetivas que determinam reações variáveis, segundo a idade e o valor do meio fisiológico. A doença não é mais um conjunto isolado que o doente suporta. É um movimento fisiológico de todo o organismo. Assim compreendida, a moléstia modifica a atitude do médico.
b) Unidade clínica - É preciso "examinar desde o princípio, as semelhanças e as dessemelhanças com o estado de saúde; procurar o que se pode ver, tocar e ouvir" (Hipócrates em: Do Laboratório dos médicos) Em seguida, é preciso sempre proceder por comparações entre as diversas doenças e entre as diversas manifestações de uma doença, de acordo com o aspecto variável que ela adquire em diferentes indivíduos. O estudo da constituição, do temperamento, das forças pertinentes a cada pessoa, reunidos ao exame das relações entre os fatos de observação quotidiana, conduz ao diagnóstico e ao prognóstico, não só de uma doença, como também da doença de um determinado doente. Desse modo, aparecem as indicações terapêuticas.
c) Unidade terapêutica - Uma vez estabelecidos o prognóstico e o diagnóstico, as medidas de higiene, o regime eo tratamento decorrem das reações de cada doente.
A terapêutica baseia-se sôbre:
- a expectativa: natura medicatrix;
- a oposição: lei dos contrários;
- o auxílio : lei dos semelhantes.
A cada doente deve-se ministrar uma terapêutica adequada às suas reações. Com efeito, escreve Hipócrates:
Os contrários são curados pelos contrários.
A doença é produzida pelos semelhantes, e pelos semelhantes que fizeram com que fosse contraída, o doente passará da doença à saúde..., a febre é suprimida pelo que a produz e produzida pelo que a suprime.
Assim, de duas maneiras opostas, restabelece-se a saúde.
A medicina é de medida inapreensível; aquele que compreende isso tem aí um ponto fixo e tem noção do limiar onde as realidades se tornam não realidades, cujo conhecimento constitui a medida em medicina.
Salvo a lei dos contrários, que por longo tempo, a medicina reconheceu como única lei terapêutica, a tradição hipocrática contém, em germe, algumas vezes explícitos e formais, os princípios da homeopatia:
- Unidade da doença, do doente e do remédio;
- Observação da morfologia, das constituições, dos temperamentos e das reações individuais;
- Individualização do doente que realiza a síntese clínica;
- Lei dos semelhantes.
VANNIER, Pierre. A Homeopatia. Difusão Européia do Livro, São Paulo, 1960.
Pierre Vanier foi médico do Hospital de Paris e Diretor de clínica da Faculdade de medicina de Paris.
A medicina não pode escapar a êsse formidável movimento espiritual. Coube a Hipócrates, retomando as idéias médicas de sua época e conciliando-as com as concepções já antigas da Babilônia e do Egito, estabelecer os príncipios imortais de seu método.
Descendendo de Esculápio, deus da medicina, Hipócrates, neto de reis (460-350 a. C.), liberta a medicina da casta sacerdotal, que escapa então de seus neófitos, abandona os palácios e os templos para se espalhar pelo mundo. É o gesto de um gênio que modifica profundamente a medicina, pois ela deixou de ser uma religião e uma magia: o estudo do homem torna-se seu verdadeiro objetivo.
Por métodos empíricos admiráveis, Hipócrates levou sua observação e sua análise até a síntese da medicina numa concepção original da unidade do homem na qual, sem dúvida, não foram indiferentes seus contatos com Platão.
Essa unidade do homem é uma unidade vital, clínica e terapêutica.
a) Unidade Vital - O doente é inseparável de seu meio fisiológico e cósmico. Sofre influências metereológicas, climáticas, raciais, sociais, afetivas que determinam reações variáveis, segundo a idade e o valor do meio fisiológico. A doença não é mais um conjunto isolado que o doente suporta. É um movimento fisiológico de todo o organismo. Assim compreendida, a moléstia modifica a atitude do médico.
b) Unidade clínica - É preciso "examinar desde o princípio, as semelhanças e as dessemelhanças com o estado de saúde; procurar o que se pode ver, tocar e ouvir" (Hipócrates em: Do Laboratório dos médicos) Em seguida, é preciso sempre proceder por comparações entre as diversas doenças e entre as diversas manifestações de uma doença, de acordo com o aspecto variável que ela adquire em diferentes indivíduos. O estudo da constituição, do temperamento, das forças pertinentes a cada pessoa, reunidos ao exame das relações entre os fatos de observação quotidiana, conduz ao diagnóstico e ao prognóstico, não só de uma doença, como também da doença de um determinado doente. Desse modo, aparecem as indicações terapêuticas.
c) Unidade terapêutica - Uma vez estabelecidos o prognóstico e o diagnóstico, as medidas de higiene, o regime eo tratamento decorrem das reações de cada doente.
A terapêutica baseia-se sôbre:
- a expectativa: natura medicatrix;
- a oposição: lei dos contrários;
- o auxílio : lei dos semelhantes.
A cada doente deve-se ministrar uma terapêutica adequada às suas reações. Com efeito, escreve Hipócrates:
Os contrários são curados pelos contrários.
A doença é produzida pelos semelhantes, e pelos semelhantes que fizeram com que fosse contraída, o doente passará da doença à saúde..., a febre é suprimida pelo que a produz e produzida pelo que a suprime.
Assim, de duas maneiras opostas, restabelece-se a saúde.
A medicina é de medida inapreensível; aquele que compreende isso tem aí um ponto fixo e tem noção do limiar onde as realidades se tornam não realidades, cujo conhecimento constitui a medida em medicina.
Salvo a lei dos contrários, que por longo tempo, a medicina reconheceu como única lei terapêutica, a tradição hipocrática contém, em germe, algumas vezes explícitos e formais, os princípios da homeopatia:
- Unidade da doença, do doente e do remédio;
- Observação da morfologia, das constituições, dos temperamentos e das reações individuais;
- Individualização do doente que realiza a síntese clínica;
- Lei dos semelhantes.
VANNIER, Pierre. A Homeopatia. Difusão Européia do Livro, São Paulo, 1960.
Pierre Vanier foi médico do Hospital de Paris e Diretor de clínica da Faculdade de medicina de Paris.
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