É a Hahnemann que cabe o mérito de ter mostrado a enorme vantagem que se tira ao empregar as diluições de substâncias medicamentosas e particularmente, as alcoolaturas. A invenção e a difusão desse método de preparo dos remédios bastariam para sua glória.
"Por um processo que lhe é próprio, e nunca antes dela experimentado, a medicina homeopática desenvolve de tal forma as virtudes medicinais dinâmicas das substâncias grosseiras, que acarreta uma ação das mais penetrantes sôbre tôdas, mesmo sôbre aquelas que, antes de terem sido assim tratadas, não exerciam a menor influência medicamentosa no corpo do homem.
Tomam-se duas gotas da mistura, em partes iguais, de um suco vegetal fresco com álcool, derramam-se em noventa e oito gotas de álcool, e dão-se duas fortes sacuduas no frasco que contém o líquido.
Tomam-se , em seguida, outros vinte e nove frascos, cheios em suas três quartas partes de noventa e nove gotas de álcool, e em cada um dêles, pinga-se sucessivamente uma gôta do líquido contido no frasco precedente, tendo o cuidado de dar duas sacudidas em cada frasco.
O último, ou o trigésimo, encerra a diluição com um grau de potência decimilionésimo, a mais habitualmente empregada.
Todas as outras substâncias destinadas aos empregos da medicina homeopática, como os metais puros, os óxidos e sulfuretos metálicos, as outras substâncias minerais, o petróleo, o fósforo, as partes e os sucos de plantas que não podem ser encontrados senão em estado sêco, as substâncias animais, os sais neutros e outros, são levados ao milionésimo grau de atenuação, por uma trituração que dura três horas; depois disso, dissolve-se um grão do pó e passa-se à diluição em vinte e sete frascos sucessivos, do mesmo modo que se procede com relação aos sucos vegetais, a fim de levá-lo ao trigésimo grau de desenvolvimento da sua potência." (Hahnemann, Exposition de la doctrine médicale homéopathique , Paris, 1845)
Referência: Vannier, Pierre, A Homeopatia, S. Paulo, 1960.
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