Recentemente, veículos de comunicação passaram a explorar alguns pontos negativos em relação à segurança e à eficácia das plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos. A comunidade, científica ou não, ficou surpresa com o enfoque principal dado às matérias, com várias demonstrações de charlatanismo, despreparo e falta de profissionalismo de alguns “profissionais” da área da saúde em geral.
O que impressiona, especialmente aqueles que têm se dedicado a estudar o potencial terapêutico das plantas e toda a cadeia de produção de fitoterápicos (químicos, farmacêuticos, médicos, agrônomos, farmacólogos, etc.), não são os exemplos ilustrados.
A surpresa é a indução da ideia de que os fitoterápicos não funcionam, colocando na vala comum charlatães e os incontáveis e incansáveis cientistas que trabalham arduamente na área de produtos naturais bioativos, comprovando os promissores e relevantes resultados de algumas plantas e seus preparados fitoterápicos e publicando artigos em periódicos especializados de alto impacto.
O que precisa ficar claro é que a cada ano a fitoterapia ganha novos adeptos, fundamentalmente, devido à ciência comprovar a eficácia de preparações vegetais em estudos experimentais pré-clínicos (estudos em animais) e clínicos (estudos em seres humanos).
O desenvolvimento de novos e eficazes fitoterápicos genuinamente nacionais tem estimulado e impulsionado a consolidação de grupos de pesquisa nesta área e “acendido” uma luz junto à indústria farmacêutica nacional, no sentido de melhor aproveitar a competência estabelecida no País e a riquíssima flora, para o desenvolvimento de novos, seguros e eficazes fitoterápicos.
O 5º Simpósio Ibero-americano de Plantas Medicinais (V SIPM), realizado recentemente na Univali, em Itajaí, que contou com mais de 30 renomados palestrantes ibero-americanos e apresentação de mais de 500 trabalhos científicos, é uma prova inequívoca de que a comunidade científica está muito motivada para dar respostas.
Em posição diametralmente oposta às propaladas referidas matérias, conclui-se que a biodiversidade brasileira é muito rica em plantas com poder terapêutico que poderão e deverão ser aproveitadas para a produção de novos e efetivos medicamentos naturais de origem brasileira.
Valdir Cechinel Filho, professor, pesquisador e pró- reitor de pesquisa, pós graduação, extensão e cultura da Unuvali
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