segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Homeopatia Contra a Dengue em Macaé

*Laila Nunes
A dengue, hoje, constitui um dos principais problemas de Saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições são mais favoráveis à proliferação do Aedes aegypti. A organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.
O Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, encontrou no Brasil as condições socioambientais favoráveis à sua expansão. Os condicionantes da expansão da dengue nas Américas e no Brasil são similares e referem-se, em grande parte, ao modelo de crescimento econômico implementado na região, caracterizado pelo crescimento desordenado dos centros urbanos. O Brasil concentra mais de 80% da população na área urbana, com importantes lacunas no setor de infraestrutura, tais como dificuldades para garantir o abastecimento regular e contínuo de água, a coleta e o destino adequados dos resíduos sólidos. Outros fatores, como a acelerada expansão da indústria de materiais não biodegradáveis, além de condições climáticas favoráveis, agravadas pelo aquecimento global, conduzem a um cenário que impede, em curto prazo, a proposição de ações visando à erradicação do vetor transmissor.
No ano de 2008, o Estado do Rio de Janeiro viveu uma de suas piores epidemias de dengue, com mais de 250 mil casos confirmados da doença. Um crescimento de 315% em comparação a 2007, quando houve quase 67 mil casos. Mas o município de Macaé conseguiu um feito notável: nesse mesmo período, registrou uma queda de 60% nos casos de dengue. O segredo? Homeopatia.
Em 2007, Macaé aderiu a essa modalidade de tratamento e o resultado alcançado surpreendeu as autoridades. A escolha dos medicamentos foi baseada no conceito epidemiológico homeopático denominado gênio epidêmico, onde estudam-se os casos e elege-se o melhor medicamento. Os medicamentos utilizados em Macaé sejam em fórmulas ou separadamente foram Eupatorium, Phosphorus, Crotalus, Gefion e Natrum Muriaticum na prevenção e tratamento da dengue.
O Eupatorium é retirado de uma planta americana, o Crotalus horridus é do veneno de uma cobra cascavel americana, e o Phosphoros é o fósforo mineral. O Eupatorium é usado contra a dengue clássica, o Crotalus é contra a dengue hemorrágica, o Phosphoros é usado no controle da coagulação do sangue, o Gefion é usado para casos mais graves. O Natrum Muriaticum é o sal de cozinha, que em dose homeopática pode ser utilizado para combater os sintomas da dengue, principalmente quando há predominância de distúrbios gastrintestinais e desidratação.
Na primeira campanha Homeopatia contra a Dengue (abril e maio de 2007), foram distribuídas gratuitamente 156 mil doses do medicamento homeopático, sendo que a população estimada em Macaé é de 188 mil habitantes. Na segunda campanha (novembro e dezembro de 2007), outras 60 mil doses foram dadas à população. Na terceira campanha foram distribuídas 200 mil doses, de 29 de março a 25 de abril de 2008. E, na quarta campanha, foram 26 mil doses em novembro e dezembro de 2008. Em 2009, foram aplicadas 98.708 doses. “A maior vantagem é a grande aceitação e o baixo custo desse tratamento.
Vale ressaltar que, durante as campanhas, a Secretaria Municipal de Saúde de Macaé mantém e intensifica todas as outras medidas de controle do mosquito Aedes aegypti, vigilância epidemiológica e educação de profissionais de Saúde e da população. A aplicação do remédio homeopático é dirigida a toda a população, mas com recomendação especial para aqueles com histórico anterior na doença. A adesão é voluntária ou espontânea. A forma de utilização do medicamento é em dose única, para uso profilático, em três campanhas anuais ou de acordo com a epidemiologia da doença no município.
Há uma preocupação em orientar as pessoas sobre o que é a Homeopatia, a periodicidade de repetição das dosagens, os efeitos adversos, a legislação e tudo o que ampara o uso da Homeopatia como tratamento alternativo para a dengue. Com a grande aceitação e a mobilização de pessoas que procuram as unidades de Saúde, é intensificado o trabalho paralelo de educação em Saúde, com informações sobre a doença, o controle do mosquito, onde e quando procurar a unidade de Saúde para atendimento e acompanhamento, servindo como um mutirão contra a dengue.
O trabalho funciona como busca ativa, aumentando a conscientização e a sensibilização da população e dos profissionais de Saúde, com consequente aumento do número de notificações e maior número de bloqueios de possíveis focos de Aedes aegypti.
Com a previsão de migração de gravidade da doença para crianças, a Secretaria Municipal de Saúde em uma abordagem educativa para a prevenção da dengue em parceria com Secretaria Municipal de Educação no município de Macaé realizou o Concurso das Gotinhas Homeopáticas contra a Dengue nas Escolas com o objetivo de sensibilizar e fomentar a criatividade dos alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio da Rede Municipal de Ensino sobre o controle da dengue e a Campanha da Homeopatia contra epidemia de dengue. O concurso foi instituído para escolher os melhores desenhos, frases e paródias, tendo como tema central a dengue e as gotas homeopáticas contra epidemia de dengue, utilizadas no município desde 2007 e nas escolas desde 2008.
A Campanha das Gotinhas Homeopáticas contra a Dengue nas Escolas proporcionou palestras de orientação e prevenção à dengue em 60 escolas do município e a participação de 12.000 alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio regularmente matriculados nas Unidades Escolares da Rede Municipal de Ensino em 2009.
O concurso demonstrou a grande aceitação pela população escolar e comunidade em geral no uso de medicamento homeopático, quando se tem oportunidade de acesso ao mesmo. A frase vencedora foi da aluna Victória Carvalho Matsuda, do C. M. Profª Maria Isabel Damasceno Simão - Caixa d’água bem tampada, água parada não vai ter, tome a homeopatia, para a dengue não derrubar você!.
O desenho vencedor, abaixo, foi da aluna Melissa da Escola Municipal Amil Tanos.

*Laila Nunes é Coordenadora Geral de Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde de Macaé.

Homeopatia no tratamento da dengue

Homeopatia no tratamento da dengue

Remédio criado por médico brasileiro promete atenuar quadro da doença e já é utilizado em diversas cidades do país

A dengue voltou com força. Só no primeiro trimestre deste ano, mais de 460 mil casos da doença foram registrados no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. O aumento é de 240% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram registrados 135,3 mil casos da doença. Houve também aumento no número de mortes, que passou de 102 para 132. Há quem diga, porém, que o óbito decorrente da dengue seja “imoral”. É a opinião do médico homeopata e professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto, Renan Marino, criador da fórmula do único medicamento para dengue aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Há quase uma década, diferentes estados brasileiros desenvolvem experiências bem-sucedidas na prevenção e tratamento da dengue com o remédio desenvolvido por Marino. “Não se trata de uma vacina, mas um medicamento homeopático que tem a função de atenuar o quadro da doença”, esclarece o médico, que apresentou a fórmula pela primeira vez em um trabalho de mestrado em 2003.
O medicamento é composto de três componentes: eupatório (Eupatorium perfolatium), planta medicinal com ação analgésica que age nas dores no corpo típicas da dengue; fósforo, mineral que protege as funções hepáticas normalmente comprometidas pelo vírus, além de reduzir náuseas e vômitos; e um preparado do veneno de uma espécie de cascavel (Crotalus horridus), que tem forte ação anti-hemorrágica.
A patente do remédio foi cedida por Marino a um laboratório farmacêutico, que o comercializa com o nome de Proden. Marino conta que esta é a primeira e única medicação já aprovada pela Anvisa para o tratamento da dengue. “Tivemos a aprovação em 2008 depois de a fórmula ter sido testada no Laboratório de Pesquisa de Fármacos da Universidade Federal do Amapá, demonstrando que os ratos submetidos ao complexo homeopático apresentaram uma elevação do número de plaquetas de 200.000/ml para 600.000/ml”, explica.
A fórmula também pode ser manipulada em farmácias homeopáticas e tem dosagens diferentes para prevenção e tratamento da dengue. Segundo Marino, para prevenção, devem ser tomadas cinco gotas do remédio, uma vez por semana, durante o período que durar a epidemia. No caso do tratamento, a orientação é que sejam tomadas cinco gotas, quatro vezes ao dia, por 10 dias consecutivos.

O tratamento no Brasil

“Milhares de pessoas tomam esse medicamento semanalmente durante todo o período de epidemia há muitos anos. Em 2006, com a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), pelo Ministério da Saúde, me senti a vontade pra usar o medicamento no município inteiro de Rio Preto, em São Paulo, com o apoio do secretário de saúde”, relata Marino. Hoje o tratamento não faz mais parte do programa oficial da secretaria do município porque as gestões seguintes alegaram que a terapia preventiva poderia confundir a população e que as pessoas deixariam de prestar atenção aos criadouros do mosquito.
Desde então, outras experiências foram realizadas no país com o medicamento. A cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, foi palco da mais significativa ação registrada com a fórmula no país, com a distribuição gratuita de 156 mil doses preventivas do remédio para a população, entre abril e maio de 2007. A incidência da doença no primeiro trimestre de 2008 caiu 93% em comparação com o período correspondente no ano anterior, enquanto no resto do Estado do Rio de Janeiro houve um aumento de 128% dos casos.
Em 2013, em meio a pior epidemia de dengue da história do Estado de Goiás, 25 municípios apostaram no medicamento homeopático para prevenção da doença. Neles, foi registrada uma queda de até 65% nos registros de novas infecções em comparação ao ano anterior. Os resultados da ação, liderada pela Secretaria Estadual de Saúde, levaram outros 75 municípios a aderir à campanha no ano passado.

A polêmica do paracetamol

O tradicional analgésico paracetamol foi a única droga recomendada pelo Ministério da Saúde para tratamento dos sintomas da dengue até 2001, quando, em razão do aumento de graves lesões hepáticas em casos de dengue tratados com o fármaco, decidiu-se por acrescentar também a dipirona como opção.
Para Renan Marino, causa estranheza a indicação hegemônica por tantos anos do paracetamol na dengue mesmo com a ausência de estudos que mostrem a viabilidade e a segurança dessa orientação. “Hoje sabemos que o principal órgão afetado na dengue é o fígado. Logo, é um total contrassenso usar o paracetamol, medicação altamente tóxica para o fígado em casos como estes”, alerta o homeopata.
O médico tem uma opinião contundente a respeito da mortalidade na dengue. Para ele, não procede a teoria segundo a qual os casos graves e hemorrágicos ocorreriam em indivíduos com histórico anterior de dengue por um dos quatro sorotipos conhecidos. “O que faz a diferença na dengue é tão somente tomar ou não tomar paracetamol. Nada mais. Como orientação geral, sugere-se o consumo de grandes quantidades de líquidos para garantir a hidratação, repouso, alimentação leve e tomar apenas dipirona para ajudar no controle da febre e dores”, recomenda.

sábado, 9 de janeiro de 2016

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