quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CINCHONA OFFICINALIS - QUINA


Cinchona officinalis é o nome oficial da China ou Quina, córtex de árvores da família das rubiáceas, que crescem em regiões tropicais da América, nas cadeias de montanhas formadas pela Cordilheira dos Andes. Em 1630, quando o rei Felipe reinava na Espanha, a esposa de um poderoso Senhor da longínqua colônia espanhola, a condessa de Chinchón, estava muito enferma dessa febres tenazes comuns nessas terras. O corregedor espanhol de Loja, cidade do Equador, Don Juan López Cañizares, ouvira dos índios da região sobre o poder de certo arbusto da selva que tinha o poder de curar as febres nessas terras selvagens. O arbusto era chamado, "Palo de Calenturas"devido a essa propriedade. O corregedor ofereceu à condessa de Chinchón um pouco desse córtex. A nobre dama se curou. Desde então a planta foi chamada Chinchona,( referente a Condessa de Chinchón) que é hoje o termo latino com que os botânicos designam a Quinina.
O marido da enferma era vice-rei do Perú, por isso a cura com a planta misteriosa, teve grande ressonância, embora os indígenas já a usassem com êxito ha muitos anos.

Quando retornou à Espanha, a Condessa de Chinchón levou uma provisão da planta preciosa, e assim el "Polvo de la Condessa" ficou muito conhecido na Europa.
Os jesuítas da Companhia de Jesus comercializaram a planta durante meio século e o "Polvo de la Condessa" se converteu no "Polvo de los Jesuítas".
Existem numerosas espécies de quinina, muito diferentes em seus efeitos. Para as preparações homeopáticas se usa ùnicamente a Quinina Calisaya ou quinina amarela real.
Independentemente de seu grande valor terapêutico, este medicamento apresenta um interêsse histórico particular: estudando este remédio, Hahnemann teve pele primeira vez a intuição do "simília similibus curantur"; foi o primeiro medicamento que experimentou o Mestre, e dessa experiência nasceu a homeopatia.
(LATHOUD - Matéria Médica Homeopática-ed. Albatroz, 1977 Buenos Aires )

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

HISTÓRIA DA MEDICINA - CRONOLOGIA


1700 a. C. O código de Hamurabi regulamenta o exercício da medicina no Império Babilônico.


1500 a. C. Começo da medicina ayurvédica na Índia.


1200 a. C. A lei mosaica prescreve cuidados de higiene e separa o puro do impuro.


400 a. C. Hipócrates e seus discípulos introduzem uma medicina baseada na observação e na racionalidade, atribuindo as doenças a causas naturais.


130-200 Galeno cria uma tradição médica que vigorará por toda a Idade Média.


700-800 Médicos árabes traduzem e adaptam textos gregos.


1348 A peste dizima a população européia


1495 A sífilis dissemina-se pela Europa


1543 De humani corporis fabrica, de Vesálio, introduz a prática do estudo anatômico representando uma contestação à tradição galênica


1628 De motu cordis: William Harvey publica em texto seus estudos sobre a circulação do sangue.


1677 Van Leeuwenhoek descobre o espermatozóide.


1700 Ramazzini publica seu estudo sobre enfermidades profissionais.


1753 Um tratado sobre o escorbuto, de James Lind.


1761 De sedibus et causis morborum: Morgagni é considerado o fundador da anatomia patológica.


1785 William Withering torna públicos seus estudos sobre a dedaleira, da qual será extraída a digital.


1796 Jenner introduz a vacinação anti-variólica.


1796 Samuel Hahnemann cria a homeopatia


1801 Pinel publica seu tratado sobre doenças mentais.


1810 Samuel Hahnemann publica o Organon da arte de curar


1819 Laennec divulga o método da auscultação usando o estetoscópio.


1846 William Thomas G. Morton anestesia com sucesso um paciente usando éter.


1847 Observações de Semmelweiss sobre a febre puerperal.


1849 Sobre a maneira de transmissão do cólera, de John Snow, é um marco na investigação epidemiológica.


1865 Introdução à medicina experimental, de Claude Bernard, dá grande impulso à fisiologia.


1882 Roberto Koch identifica o bacilo causador da tuberculose.


1885 Louis Pasteur introduz a vacina contra a raiva.


1895 Roentgen descobre os raios X.


1900 A interpretação dos sonhos de Sigmund Freud.


1903 Einthoven introduz a eletrocardiografia.


1904 Osvaldo Cruz introduz a vacinação obrigatória contra a varíola, o que desencadeará uma revolta no Rio de Janeiro.


1909 Carlos Chagas descobre o trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença que leva o seu nome.


1918 A epidemia de gripe deixa 20 milhões de mortos na Europa.


1922 Banting e Best introduzem a terapia pela insulina.


1928 Fleming observa a lise de germes em placa contaminada por Penicillium.


1929 Hans berger: a eletroencefalografia.


1935 Gerhard Domagk intoduz a sulfa.


1942 Florey e Chain isolam e produzem a penicilina.


1944 A estreptomicina é introduzida na terapia antituberculosa por Selman Waksman.


1948 Fundação da organização mundial da saúde.


1954 Jonas Salk introduz uma vacina contra a poliomielite, que será aperfeiçoada por Albert Sabin.


Ref. Bibliográfica SCLIAR, Moacyr A Paixão Transformada, Cia das letras 1996.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A homeopatia no Brasil - Bento Mure


HOMEOPATIA NO BRASIL
Em 1841, Benoit-Jules Mure (que passou a ser conhecido como Bento Mure) fundou a Escola Homeopática do Rio de Janeiro. Em 1842, surge o Instituto Homeopático de Saí (Santa Catarina) e abre-se a primeira farmácia homeopática do Rio de Janeiro (fundada por Bento Mure e João Vicente Martins).
Três anos após, é criada a Escola Homeopática do Brasil, sob a direção de João Vicente Martins, a qual, em 1847, é substituída pela Academia Médico-Homeopática do Brasil.
Bento Mure recebeu severas críticas no meio médico, por tentar difundir idéias totalmente desconhecidas no país. Desgostoso com a situação, optou por sair do Brasil sete anos após sua chegada, deixando, entretanto, a semente lançada (fez muitos discípulos que continuaram seu trabalho).
Entre os grandes nomes brasileiros que se tornaram adeptos da homeopatia, durante sua implantação no Brasil, podemos citar11,13: João Vicente Martins (1810-1854); Domingos de Azevedo Duque-Estrada (1812-1900); Sabino Olegário Ludgero Pinho (1820-1869); Maximiano Marques de Carvalho (1820-1896); Antônio do Rego (1820-1896); Saturnino Soares de Meireles (1828-1909); Manuel Antônio Marques de Faria (1835-1893); Alexandre José de Melo Morais (1843-1919); Joaquim Duarte Murtinho (1848-1911); Cássio Barbosa de Resende (1879-1971).
Em 1858, o Hospital da Ordem Terceira da Penitência abriu uma enfermaria homeopática, seguida pelo Hospital da Beneficência Portuguesa (1859), Hospital da Ordem Terceira do Carmo (1873), Santa Casa de Misericórdia (1883), Hospital Central do Exército (1902) e Hospital Central da Marinha (1909).
No início do século (1914), Licínio Cardoso fundou no Rio de Janeiro a Faculdade Hahnemanniana e, a ela anexo, o Hospital Homeopático do Rio de Janeiro (atualmente Escola de Medicina e Cirurgia da Uni-Rio, essencialmente alopática).
Em 1966, durante o governo de Castello Branco, foi decretada obrigatória a inclusão da Farmacotécnica Homeopática em todas as faculdades de Farmácia do Brasil. Em 1977, foi publicada a primeira edição oficial da Farmacopéia Homeopática Brasileira. Em 1980, o Conselho Federal de Medicina reconheceu oficialmente a homeopatia como especialidade médica, deixando, assim, de ser uma "terapia alternativa".